Vitória em Irati melhorou clima do Paraná Clube

Só faltam três jogos. As duas vitórias em seqüência deram novo impulso ao Paraná Clube, mas o grupo se mantém mobilizado para a seqüência de partidas onde busca definir sua permanência na primeira divisão do futebol paranaense. O próximo obstáculo é o Nacional, com sabor de “revanche”. Por mais que os jogadores tentem desviar o assunto, no clube ninguém esqueceu os gritos de “olé” dos poucos torcedores que estiveram em Rolândia, na primeira rodada do Torneio da Morte.

No confronto do próximo sábado – às 15h30, na Vila Capanema – estará em jogo a liderança do quadrangular que apontará os dois clubes rebaixados para a Série Prata em 2005 (hoje, Prudentópolis e Grêmio Maringá cairiam). O resultado da última segunda-feira conferiu ao elenco um momentâneo alívio. “Precisávamos disso depois do sufoco que vivemos após aquela derrota para o Nacional”, comentou o meia Athos. “Falta pouco, mas temos que manter o foco no objetivo principal. Não podemos nos iludir com os bons resultados e continuar trabalhando forte”, explicou.

Athos reconhece que o resultado da primeira rodada (derrota por 3×1) deixou o clima tenso no Paraná e foi preciso muita habilidade da comissão técnica e da diretoria para contornar a situação. O tropeço causou a “queda” de Saulo de Freitas e a ascensão de Neguinho ao comando do time. “Depois de muito tempo voltamos a vencer fora de casa. Agora, é confirmar o bom momento diante da nossa torcida”, disse Athos.

Com seis pontos, o Tricolor se livra da “degola” com mais duas vitórias – para não depender de outros resultados -, mas a matemática pode ser simplificada dependendo de combinações. “O mais importante é que o time está mais confiante. Vamos aproveitar os treinos para tentar eliminar os altos e baixos que tivemos na última partida”, lembrou o volante João Vítor. Estas oscilações por pouco complicaram a vida do clube na última jornada. O Paraná desperdiçou chances reais para “matar” o jogo e só conseguiu a vitória num lance de habilidade de Jean Carlo, no último minuto do jogo frente ao Prude.

“Tivemos mais volume e fomos superiores, mas perdemos muitos gols. Foram duas bolas na trave”, lembrou o técnico Édson “Neguinho” dos Santos. O treinador reconhece que seu time mostrou intranqüilidade quando sofreu o empate. “Alguns jogadores sentiram, mas, felizmente, a situação foi contornada”. Flávio e Fernando Lombardi salvaram as três chances reais do Prudentópolis e Jean Carlo definiu a vitória. “Em uma competição curta como essa, é perigoso perder gols. Em casa, contra o Grêmio Maringá, fizemos quatro gols no primeiro tempo e definimos a vitória. Temos que ter essa eficiência no próximo jogo”, finalizou Neguinho.

O treinador terá três dias para processar os ajustes necessários, mas não vai modificar a estrutura do time. O volante Alexandre pode voltar à equipe. Ele não atuou em Irati devido à uma contusão no pé esquerdo. João Vítor e Erivélton, que deixaram o campo lesionados, não preocupam.

Vitória em derruba dois tabus

Foram mais de quatro meses sem vitória fora de casa em um jogo oficial – no início da temporada, a equipe bateu o Cianorte, em um amistoso. O Tricolor não superava um adversário na condição de visitante deste o dia 8 de novembro do ano passado, quando bateu o Criciúma (2×1, em Florianópolis). De lá para cá, foram dois jogos no Brasileirão e cinco no Paranaense, um incômodo jejum que foi determinante para o fracasso no time no estadual.

A vitória sobre o Prudentópolis pôs fim à seqüência negativa e deixou o Paraná na vice-liderança do Torneio da Morte. Também fazia muito tempo que o Tricolor não computava duas vitórias em seqüência. A “dobradinha” não ocorria desde o início de outubro de 2003, quando o Paraná bateu Flamengo (3×0, no Maracanã) e Paysandu (4×2, no Couto Pereira), na boa campanha do clube no Nacional. O Paraná afastou o “fantasma do rebaixamento” com a participação direta de jogadores experientes como Flávio e Jean Carlo.

A qualidade do grupo foi muito questionada durante o estadual. A campanha ruim ofuscou atletas reconhecidamente consagrados e que estão conseguindo a “volta por cima” nesta reta final. Flávio tem presença certa para o Brasileirão, mas Jean Carlo ainda terá que discutir sua situação com a diretoria. Grande parte do atual elenco veio com contrato válido somente até abril e a reformulação será inevitável.

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