Violência nos estádios está diminuindo

Rio – O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Miguel Pachá, disse ontem que o trabalho de repressão à baderna nos estádios de futebol do Estado não tem prazo para terminar. Ele comemorou a diminuição da violência entre torcedores notadamente nos jogos do campeonato brasileiro disputados no Maracanã e em São Januário. “Outro dia, numa partida do Flamengo, não houve nenhuma ocorrência registrada no posto de plantão do Maracanã.”

Em parceria com o Ministério Público Estadual, a Polícia Militar e a Chefia da Polícia Civil do Rio, o Juizado Especial Criminal do Maracanã tem tido menos trabalho ultimamente. Desde maio, quando o serviço foi criado, centenas de torcedores foram ?fichados? por participarem de brigas, furtos, envolvimento com droga e porte ilegal de armas. Os casos mais graves foram levados adiante, com abertura de processo contra o infrator.

Outros tantos, os que compõem uma lista de 155 nomes enviada à CBF, estão proibidos de assistir a qualquer jogo do brasileiro. Alguns deles não podem comparecer aos estádios por um ano, desde o momento em que foram flagrados em alguma ação passível de punição. “O trabalho com seriedade mostra que é possível intimidar os que pareciam incontroláveis em suas atitudes destrutivas. Antes, havia a impunidade. Os infratores eram presos e liberados depois das partidas. E voltavam para casa com ar de vencedores”, disse Pachá.

O Juizado Especial, coordenado pelo juiz Murilo Kyeling, vem recebendo solicitações de tribunais de outros Estados interessados em seguir o exemplo do Rio. “Se houvesse uma ação nacional nesses moldes, o resultado seria a volta das famílias aos estádios”, prosseguiu Pachá.

Ele acrescentou que os 155 listados estão bem informados sobre os custos de uma eventual reincidência. Se por acaso não cumprirem a determinação do juiz, serão autuados e podem ser condenados a prisão, de 2 a 4 anos. Alguns dos que tiveram o nome publicado no site da CBF são obrigados a comparecer à delegacia mais próxima de casa no horário dos jogos de seus clubes. “É um acordo. Cumpre quem tem responsabilidade e não quer ser processado e preso”, afirmou Pachá, torcedor do Vasco, proprietário de uma cadeira especial no Maracanã e que deixou de ir ao estádio por causa da violência.

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