Um ano de muitas viagens para o Tricolor

A Copa do Brasil – a partir de fevereiro – e o Campeonato Paranaense serão um grande aprendizado para o Paraná Clube. Não apenas na questão técnica em meio à reformulação do seu elenco. O Tricolor também começa a se acostumar com uma nova realidade geográfica. Nos dois torneios em questão, terá pela frente distâncias e também estádios similares àqueles que encontrará na disputa da Segundona do Brasileiro, principal foco do clube e com largada programada para maio.

No Estadual, competição em que o clube estréia no próximo dia 9 – frente ao Iguaçu, na Vila Capanema -, serão seis viagens apenas na 1.ª fase. O Paraná vai a Londrina, Cianorte, Cascavel, Cambé (desde que o estádio seja liberado pela FPF), Maringá e Engenheiro Beltrão, cidades que ficam em média a mais de 400 quilômetros de Curitiba. Momento de encarar as cansativas viagens de ônibus, com duração mínima de sete horas. Será esta também a rotina do Paraná em dez das 19 viagens que realizará na Segundona.

Por determinação dos organizadores da Série B, somente viagens acima de 600 quilômetros são cobertas por via aérea. Assim, nos jogos diante dos paulistas Corinthians, Barueri, Marília, Santo André, Ponte Preta, São Caetano e Bragantino, a rapaziada vai cair na estrada, encarando o ?velho buzão de guerra?. O mesmo se aplica nos jogos contra Avaí, em Florianópolis-SC, Criciúma, em Criciúma-SC, e Juventude, em Caxias do Sul-RS. Destas, a viagem mais longa é para a Serra Gaúcha, quando a delegação terá que percorrer 584 quilômetros.

Já na Copa do Brasil, pelo menos no seu início, o Paraná não terá ?vôos rasteiros? pela frente. Aí, a dificuldade é outra: as grandes distâncias, que diante dos constantes problemas na aviação brasileira podem representar um bom tempo perdido em aeroportos, Brasil afora. Só como aperitivo, o Tricolor vai a Macapá, no extremo norte do país, para encarar o modesto Trem, campeão amapense. Quase 3 mil quilômetros separam a capital do Amapá de Curitiba e a viagem, em média, dura oito horas.

Isso sem contar o clima diferenciado que o time paranaense terá pela frente na sua volta ao torneio.

Em 13 de fevereiro, data da partida, a temperatura média em Macapá beira os 40º, com umidade do ar em torno de 90%. Passando por esta ?provação?, o Paraná enfrentaria na outra fase o vencedor de Souza-PB x Vitória-BA. Ou seja, vai a Salvador ou a Souza, no interior paraibano (a mais de 400 km de João Pessoa). Um ?test-drive? para os outros nove jogos da Série B, contra clubes da região Central e do Nordeste: ABC-RN, América-RN, Bahia, Brasiliense-DF, Gama-DF, Fortaleza-CE, Ceará-CE, CRB-AL e Vila Nova-GO. Serão duas viagens para Natal, Fortaleza e Brasília.

Nova realidade

Um novo ?mapa? do futebol, ao qual o Paraná Clube não está familiarizado. A última experiência similar ocorreu na disputa do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000.

Só que a Segundona também mudou, evoluiu e se mostrou, nos últimos anos, muito mais competitiva com a fórmula dos pontos corridos. Assim, no Estadual e na Copa do Brasil, a diretoria poderá colocar à prova o novo time que está sendo montado. Sentir nas viagens e nos jogos se o grupo atingirá o perfil necessário para o grande desafio do ano, que começa no dia 9 de maio, contra o Avaí-SC, na Vila Capanema, e se estenderá até 29 de novembro.

Reapresentação e viagem a São Bento do Sul

Foto: Valquir Aureliano

O preparador  físico Fabiano Rosenau é quem cuida do
fôlego dosjogadores.

É hora de trocar o calção de banho pelo de treino. A partir de hoje à tarde – às 16 horas -, na Vila Capanema, começa a temporada 2008 para o Paraná Clube. O preparador físico Fabiano Rosenau inicia as avaliações físicas, que se estendem até sexta-feira.

No sábado, uma delegação composta por 20 jogadores seguirá para São Bento do Sul, Santa Catarina, para dez dias de pré-temporada.

O Tricolor recorrerá a uma equipe alternativa nas duas primeiras rodadas do Paranaense, garantindo uma melhor base ao grupo principal, que só deve estrear no jogo frente ao Toledo, na 3.ª rodada, no dia 16 de janeiro. Isso se tudo correr de acordo com o que programou a comissão técnica. ?O jogador, hoje, se cuida muito mais nas férias. Todos receberam orientações para que fizessem uma manutenção. Assim, não voltam zerados como antigamente?, comentou Rosenau.

A diretoria, para evitar especulações em torno de eventuais dispensas, não revelou até o momento a lista com os jogadores relacionados para a pré-temporada. Durante esse período de treinos, será dada ênfase não só à parte física. Fabiano Rosenau antecipou que o clube deverá realizar um ou dois jogos-treino contra equipes amadoras locais para que Saulo de Freitas possa também ajustar uma equipe-base.

O treinador irá se dividir entre a preparação desse time e a observação do ?time alternativo?, formado pelos atletas sub-20, mas com o reforço de atletas como o goleiro Fabiano Heves e o zagueiro Ricardo Ehle.

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