Trulli é pole em Indianápolis

São Paulo (Warm Up) – Imagine o que é ir para a pista um dia depois de seu companheiro se estatelar no muro a 300 km/h, batida tão forte que o tira da corrida, e horas depois de sua fornecedora de pneus avisar que estava mandando buscar novos na Europa, porque os que levou para os EUA não ofereciam a segurança necessária. E, mesmo assim, fazer a pole. Jarno Trulli merece um troféu. Pela coragem e pela grande volta que fez ontem em Indianápolis, colocando a Toyota na ponta de um grid de largada da F-1 pela primeira vez desde que estreou na categoria, em 2002.

O italiano desbancou os favoritos da McLaren, que dominaram todos os treinos livres, e tornou-se o sexto piloto no ano a fazer uma pole-position, depois de Fernando Alonso, Giancarlo Fisichella, Kimi Raikkonen, Nick Hiedfeld e Jenson Button. Foi a terceira da sua carreira (no ano passado, largou em primeiro em Mônaco e Spa).

Trulli superou o momento mais dramático do ano para, pelo menos, 14 pilotos da categoria que usam pneus Michelin. Na sexta, seu parceiro Ralf bateu na entrada do oval porque seu pneu traseiro esquerdo se desmanchou. A parede lateral descolou da banda de rodagem. Ricardo Zonta teve o mesmo problema duas vezes.

Ontem pela manhã, a fábrica francesa avisou que não tinha conseguido descobrir as causas do defeito de seus pneus. E recomendou que ninguém fosse para a pista. Informou, também, que estava mandando buscar um novo lote em sua fábrica de Clermont-Ferrand, na França.

Os pneus escolhidos para Indianápolis simplesmente não agüentavam a carga a que eram submetidos na última curva da pista, feita em aceleração total, no sentido contrário da curva 1 do famoso oval norte-americano.

A prova esteve ameaçada. Se nenhum carro Michelin andasse, seriam seis apenas para a corrida, e o regulamento diz que com menos de 12, cancela-se tudo. Os pneus novos deveriam chegar de madrugada ao aeroporto da capital de Indiana. A FIA, em tese, pode permitir a troca, por razões de segurança. Pelo menos uma equipe exige isso. A Renault disse que, com os pneus que usou nos treinos, não corre. O GP dos EUA começa às 15h de Brasília e terá 73 voltas.

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