Troféu Brasil define dois dos 110m em Atenas

São Paulo  – Pelo menos duas das três vagas olímpicas disponíveis na prova dos 110 metros com barreiras vão ser definidas hoje, na pista do Estádio Ícaro de Castro Mello, no último dia de competições do Troféu Brasil Caixa de Atletismo. A briga é para ser centésimos de segundos mais rápido que o rival. Nenhum dos quatro – Redelen Melo dos Santos, Márcio Simão de Souza, Anselmo Gomes da Silva e Matheus Inocêncio, todos com o exigido índice A, quer ficar fora da seleção brasileira que vai aos Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto. Mas o Brasil só poderá levar três barreiristas, condição do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O campeão e o vice-campeão do Troféu Brasil estarão classificados, não dependem de mais nada. O terceiro será o que tiver a melhor colocação no ranking brasileiro até 11 de julho, último prazo para a obtenção dos índices olímpicos no atletismo. Os 110m com barreiras serão disputados hoje, às 11h, uma das 13 finais do programa, que começa às 9h e termina ao meio-dia.

Os quatro treinam na pista do Ibirapuera. Se encontram todos os dias e são amigos, companheiros de treinos, embora tenham técnicos diferentes. Matheus treina com Marcelo Lima, Márcio e Redelen, com Nélio Moura, e Anselmo com Katsuhico Nakaya. “Somos rivais só nas provas”, afirma Márcio.

Redelen, de 28 anos e 2,00m, é o recordista sul-americano da prova, com 13s30. Matheus, de 23 anos e 1,92m, já correu 13s46 este ano. Ambos, já fizeram o índice A (13s55) meia dúzia de vezes na atual temporada. Márcio correu 13s40 em Cochabamba, em 2003, e fez o índice B este ano, condição que lhe dá a vaga. Anselmo, de 23 anos, correu 13s52 em 2003 e também tem o B em 2004.

Sangue limpo nos 4x100m

A final dos 100 metros rasos, hoje, às 10h30, a mais rápida do atletismo, também define, em parte, o revezamento 4 x 100 metros do Brasil. O campeão e vice-campeão do Troféu Brasil asseguram vaga nos 100m individual das Olimpíadas e, naturalmente, no revezamento que, no entanto, o técnico Jayme Neto Jr. terá até o dia 11 de julho para montar – serão seis atletas, dois deles reservas e quatro titulares.

O revezamento tem duas medalhas olímpicas, ganhas em Atlanta (1996) e Sydney (2000), respectivamente bronze e prata e uma no Mundial de Paris (2003), a de prata. André Domingos da Silva, já classificado nos 200m, disse que sua prioridade será o revezamento 4x100m, “de olho em mais uma medalha”. “Nossas medalhas sempre foram ganhas na base do arroz com feijão porque em nossos velocistas corre sangue limpo”, afirmou André, referindo-se a desclassificação da equipe da Inglaterra, no mundial, por causa do doping de Dwain Chambers, e dos vários escândalos envolvendo os atletas norte-americanos das provas rápidas.

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