Tricolor tropeça em casa

Um dia depois de um 1 x 1 histórico contra o Cobreloa, o Paraná Clube repetiu o placar de forma bem menos empolgante. Jogando sem inspiração e diante de uma Vila Capanema quase vazia, o time B tricolor só empatou com o Cianorte, pelo Estadual.

Com algumas novidades na escalação, como Goiano, que havia sido expulso ainda no 1.º tempo contra o Cobreloa, o Tricolor até começou bem. Jogando no 4-4-2, o time de Zetti atacava com pacientes trocas de passes, normalmente organizadas por Renan e Elton, e boas jogadas individuais do esperto Vinícius Pacheco.

O adversário, retraído, poucas vezes se aventurava ao ataque. Assim o Paraná perdeu boas chances de marcar – na melhor delas, Renan tirou do goleiro, mas o zagueiro William evitou em cima da linha. As coisas ficariam mais fáceis quando o árbitro Leomir Cuque, que exagerou na distribuição de cartões, expulsou o meia Aroldo no final da primeira etapa.

Mas no futebol, muitas vezes, a teoria não se aplica na prática. Na segunda etapa, o Cianorte fechou-se ainda mais, deixou um atacante isolado e o Tricolor, afunilando o jogo, não conseguia mais criar jogadas. Vandinho ainda teve a chance de ouro depois de uma falha da zaga interiorana, mas perdeu cara a cara com o goleiro Danilo. O castigo veio aos 15 minutos, quando Daniel Marques costurou a jogada sem marcação e abriu o placar para os visitantes com um belo chute da meia-lua.

Zetti ainda contribuiu ao tirar um dos melhores em campo, Elton, para lançar Lima. Curiosamente, achou o empate depois que perdeu João Paulo, expulso. Felipe Alves descobriu Vandinho no meio da área, e o atacante, o mais criticado pela torcida, rolou na saída de Danilo.

No finalzinho, o Cianorte ainda assustou e Marcos Leandro evitou a derrota duas vezes. O placar ficou justo para um jogo sem muita graça.

Campeonato Paranaense
1ª fase – 8ª rodada
Local: Vila Capanema.
Árbitro: Leomir França Cuque.
Gols: Daniel, aos 15? e Vandinho, aos 33? do 2.º tempo.
Cartões amarelos: Mikimba, William Pomarola, Marquinhos e Dill (Cia), Da Silva, Goiano, Serginho e Alex (Par).
Expulsões: Aroldo (41? do 1.º) e João Paulo (29? do 2.º).
Público: 612 pagantes. Total: 1.046.
Renda: R$ 7.399,00.

Paraná 1×1 Cianorte

Paraná
Marcos Leandro; Alex, João Paulo, Da Silva e Digão; Goiano (Felipe Alves), Serginho (Xaves), Elton (Lima) e Renan; Vandinho e Vinícius Pacheco. Técnico: Zetti.

Cianorte
Danilo; Diego, William Pomarola e Nelsinho (Vítor Hugo); Daniel Marques, Mikimba, Aroldo, Marquinhos (Davi) e Fernandinho; Dill e Didi (Edu). Técnico: Cláudio Tencati.

Maratona é desgastante

A maratona começa a pesar. As duas partidas disputadas em menos de 24 horas são apenas o começo de uma longa jornada que os times A e B vão encarar nas próximas semanas. Hoje à tarde o grupo principal viaja para encarar o Cascavel domingo. O técnico Zetti deve mesclar titulares com atletas que enfrentaram ontem o Cianorte. No mesmo dia a delegação volta a Curitiba, para embarcar na segunda-feira, às 13h, numa desgastante viagem à Venezuela, que só deve acabar no dia seguinte.

Na quinta, o Paraná pega o Unión Atlético Maracaibo, na estréia da fase de grupos da Libertadores. A viagem de volta é outra odisséia, que deve ser encerrada somente no domingo, dia 18, data da partida contra o Paranavaí, no interior. Ainda tem jogo dia 21 (Real Potosí), 25 (Rio Branco), 28 (Iguaçu), 1.º de março (Roma) e 4 de março (Atlético).

Com a classificação, Paraná garante uma boa grana na Libertadores

Definitivamente, o Paraná Clube ganha a América. Após o empate contra o Cobreloa, o Tricolor contabiliza os lucros, tanto financeiros quanto ?morais?, pela classificação à fase de grupos da Libertadores.

Uma eventual eliminação na primeira fase seria terrível ao Tricolor. Além da frustração por restringir a estréia na maior competição do continente a apenas dois jogos, o clube teria que arcar até maio com uma pesada folha de pagamento para o deficitário Campeonato Paranaense. Sem contar com a perda do calendário do restante da temporada, pois não tem vagas na Copa do Brasil ou Sul-Americana.

Devidamente qualificado após despachar os chilenos, o Paraná já garantiu US$ 400 mil (cerca de R$ 840 mil) a mais nos cofres – metade deste valor refere-se à classificação para a fase de grupos. Mas há outros ganhos significativos, a começar pela renda dos jogos. São pelo menos mais três em casa, que podem representar R$ 750 mil (brutos), tomando como base o borderô no jogo de quarta-feira.

A exposição na mídia de todo o País valoriza também os patrocínios do clube – a diretoria não descarta a troca da marca estampada na camisa e a fornecedora de material esportivo. ?A projeção proporcionada pela Libertadores traz ganhos incalculáveis?, diz o vice-presidente de marketing Valdomiro Gaier Neto. Outros itens, como venda de camisas e produtos licenciados do clube, também tendem a render verbas adicionais.

O presidente José Carlos de Miranda, sempre fiel ao estilo ?pés-no-chão?, prefere minimizar os ganhos financeiros e diz que o clube não ficou rico do dia para a noite. ?Ainda estamos cobrindo o que foi gasto ano passado para chegar à Libertadores?, falou Miranda. Segundo o presidente, parte dos lucros quitará o prêmio do elenco do Brasileiro 2006 pela classificação à Libertadores. ?Mas a satisfação por disputarmos esta etapa não tem preço.?

Elenco

O técnico Zetti ainda não definiu as duas trocas na lista de 25 jogadores permitidas pelo regulamento da Libertadores. Até porque ainda espera a contratação de um zagueiro para o lugar de Aderaldo. As dificuldades, segundo o vice-presidente José Domingos, são encontrar atletas em disponibilidade e com condições físicas para atuar de imediato. ?Houve a chance de contratar um zagueiro do Campeonato Paranaense, mas não podemos trazê-lo só para a Libertadores?, exemplificou o dirigente. A pedido de Zetti, a diretoria também tenta acertar com um lateral-esquerdo.

Voltar ao topo