Tricolor perde para o Joinville

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Messias bem que tentou, mas faltou entrosamento ao novo time do Paraná.

Apenas quatro remanescentes do Brasileiro e uma apatia inerente a equipes que estão em plena pré-temporada. Some-se a isso a motivação do adversário, que pela primeira vez jogou na sua nova casa, a moderna Arena de Joinville. Não deu outra: o Paraná Clube perdeu para o JEC (3×1) em seu único teste de campo antes da largada do Campeonato Paranaense. Faltou entrosamento e desenvoltura à nova equipe, que sentiu o ritmo do jogo e pouco criou enquanto esteve com seu time principal em campo.

Sem os titulares Flávio e Émerson – últimos a definir renovação de seus contratos – o Tricolor tinha ainda mudanças na lateral e no ataque. Dentre as novidades, dois estreantes: o ala Thoni e o meia André Chu. O Paraná até criou a primeira chance de gol do jogo. Vicente cruzou da esquerda e Maranhão cabeceou para fora. No lance seguinte, o primeiro revés. Axel fez o corte, mas a sobra caiu nos pés de Rafael Ueta e o meia acertou o canto esquerdo de Darci: 1×0, logo aos 7 minutos.

Numa jogada parecida, o Joinville ampliou. Darci deu rebote e Fantik aproveitou, aos 15 minutos. O Paraná, visivelmente sem ritmo, pouco fez para tentar diminuir a vantagem catarinense. A rigor, só chegou em uma cobrança de falta de André Chu, aos 22 minutos. Wellington Paulista escorou e Maranhão bateu para fora. O JEC quase ampliou novamente com Rafael Ueta, o melhor em campo.

O técnico Paulo Campos encarou com naturalidade a derrota, assegurando que o importante eram as observações. "Tivemos apenas quatro dias de treino. O meu objetivo não era este jogo e sim o campeonato", afirmou o treinador. Na fase final, como havia antecipado, Campos escalou um novo time, com a manutenção apenas do goleiro Darci. Além das alterações, o Paraná voltou mais atento à marcação, o que determinou um jogo mais "truncado".

Mesmo assim, foi o time da casa que quase ampliou com Ueta , que cabeceou para fora.

A reação só ocorreu depois que Rafael Ueta e Vaguinho deixaram o gramado. Aos 28 minutos, Wesley – em jogada individual pela esquerda -passou por dois marcadores e tocou na saída do goleiro Marcelo: 2×1. Neste momento, Paulo Campos voltou a mexer novamente no time e Hideo "tomou conta" do meio-de-campo. O empate só não saiu porque Marcelo fez boa defesa no arremate do argentino Juan. No lance seguinte, foi a vez de Gabriel – ainda do time juvenil – se destacar, fazendo uma defesa muito difícil na finalização de Fantik.

Nos acréscimos, o árbitro (da liga local) "inventou" uma penalidade máxima, que Aílton converteu e definiu o placar do jogo-treino.

Inchado, Paraná começa a "peneirar"

A diretoria não irá investir no momento na aquisição de reforços, apesar dos pedidos de Paulo Campos. O treinador pretendia contar com mais um lateral-direito e um atacante, mas o presidente José Carlos de Miranda e o vice de futebol José Domingos acham que é preciso, inicialmente, uma avaliação detalhada dos atletas que hoje estão trabalhando no clube. São pelo menos três laterais e sete atacantes para serem observados.

"Sabíamos que seria difícil segurarmos atletas que se destacaram no brasileiro e o setor ofensivo ficaria carente. Por isso, permitimos esse inchaço no grupo", explicou Domingos. A estratégia do tricolor foi aumentar a quantidade de atletas na expectativa de encontrar, dentre esses jogadores, alguma qualidade. "Os jogadores sabiam dessa condição. Pagamos dias trabalhados. Assim, quem não agradar, será dispensado", justificou.

Diante da situação, Paulo Campos e demais integrantes da comissão técnica tem avaliado cada atleta até mesmo em trabalhos de fundamento, como passe e finalização. O treinador não reclama da situação, pois conseguiu nesse processo de renovação incluir atletas de sua confiança, como o zagueiro Juliano e os meias André Chu e Alberoni. "Ficou mais fácil administrar tudo isso, pois já contamos com uma base bem definida, diferente do ano passado", comentou Campos.

Só que diante da largada do paranaense, as observações ficam relegadas a um segundo plano. Os últimos dias foram dedicados à montagem do time para o jogo frente ao Roma. Muitos dos jogadores em teste não estiveram ontem em Joinville, no amistoso frente ao JEC e terão que ralar muito nos treinos da semana para atrair as atenções da comissão técnica. O objetivo de Paulo Campos é chegar, o quanto antes, a um grupo em torno de 28 jogadores.

"Quero dois bons atletas por posição. A partir desses 22 jogadores, preciso ainda de mais um goleiro, um zagueiro, um lateral (que jogue nas duas), um volante, um meia e um atacante", explicou. Alguns jogadores do atual elenco – e vinculados ao Paraná -devem ser emprestados. Outros, simplesmente liberados. A comissão técnica deve ainda analisar a questão dos juniores que serão incorporados ao grupo assim que a Copa São Paulo da categoria chegar ao seu final.

Hideo é o "xodó" de Paulo Campos

Neste período de observações, o técnico Paulo Campos tem sido comedido em elogios ou críticas a jogadores recém-chegados. Mas, nos treinos, dois atletas têm conseguido se destacar. O meia Hideo é um desses casos. Habilidoso e com visão de jogo, ele está recebendo atenção especial da comissão técnica.

"É uma questão fisiológica. O Hideo vive um momento de transição do futebol amador para o profissional. Ele precisa de maior lastro para suportar um ritmo intenso de noventa minutos de jogo", explicou o preparador físico Wilian Hauptmann.

Outro destaque dentre atletas que estão em período de testes, o argentino Juan também tem se destacado. Tanto que ele tem participado dos coletivos no time B.

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