Tricolor enfrenta os milionários do Corinthians

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Renaldo diz que treinou até pênaltis
e está pronto para o duelo contra o Timão.

O Paraná Clube aposta na aplicação tática e no bom momento do time para derrubar o teórico favoritismo do Corinthians. Lori, com bom humor, avisou que às vezes a tartaruga vence a lebre e o jogo desta noite – às 18h10, no Willie Davids, em Maringá – tem essas características. Estarão frente a frente o milionário e "galático" Corinthians e um dos "primos pobres" do Brasileirão. Só o salário de Carlito Tevez (algo em torno de R$ 350 mil) paga toda a folha do Tricolor. A diferença nas cifras, porém, não incide no rendimento.

Com 18 pontos, o time paranaense está logo atrás do Timão, que soma 19. Se os paulistas venceram um jogo a mais (6 contra 5), o Paraná perdeu menos (3 contra 4). "Se olharmos apenas para a estrutura, para a condição financeira e pelas opções técnicas, o Corinthians é o favorito", comentou o técnico Lori Sandri. "Além disso tudo, eles terão o apoio do torcedor. Mesmo que não seja aquele torcedor fanático, é um ponto a se considerar", disse.

Só que após onze rodadas, Lori tem se notabilizado por extrair o máximo do grupo. Os jogadores "compraram" a sua idéia e o reflexo imediato veio na forma de vitórias: três em seqüência. Esse foi, na visão do treinador, seu maior desafio na reformulação do time. "Não é fácil. Como se diz por aqui, tínhamos um polaco de cada colônia. O primeiro passo, foi conquistar a confiança desses jogadores", revelou. Com o grupo na mão, o técnico consolidou o sistema 3-5-2, que mais uma vez será utilizado.

O Paraná chega à 12.ª rodada com sua equipe completa. "Ainda há muito o que melhorar", lembra o atacante Renaldo, que prevê um grande jogo. "Foi uma semana muito boa. Pude treinar forte como há tempos não ocorria. Até pênaltis treinei e estou pronto para apagar a imagem deixada na última partida", afirmou Renaldo, numa referência às duas penalidades máximas que desperdiçou frente ao Figueirense (as primeiras em toda a sua carreira).

O setor ofensivo, apesar da presença de dois artilheiros natos, é o setor que ainda não "deslanchou". Borges e Renaldo fizeram dois jogos juntos e sabem que o entrosamento ainda não é o ideal. "Na hora certa, a coisa vai acontecer", avisou Borges. "E espero que seja já a partir desse jogo." Os jogadores não criticaram a mudança do jogo para a cidade de Maringá. Comissão técnica e atletas não sabem das condições do gramado do Wil-lie Davids. Isso, no entanto, não preocupa. "Treinamos e jogamos na Vila Capanema ou no Pinheirão. Estamos pronto para jogar em qualquer gramado", sentenciou Lori.

Ingressos praticamente esgotados

Se o objetivo era garantir dinheiro em caixa e melhorar a média de público do clube, êxito total. Até ontem à tarde, cerca de 18 mil – dos 20 mil ingressos – já haviam sido vendidos. O Tricolor sabe que a maioria da galera será de corintianos, mas conta com o "reforço" de são-paulinos e palmeirenses para equilibrar as ações fora das quatro linhas. Além disso, cerca de oito ônibus saíram hoje cedo de Curitiba, para apoiar o Tricolor na Cidade Canção.

"A movimentação nos postos de venda e em toda a cidade é muito grande", disse o assessor de imprensa do Paraná, Angelo Binder. Ele viajou na quinta-feira à noite para Maringá, para acertar detalhes da infra-estrutura necessária para o jogo. Ontem à noite, jogadores e o técnico Lori Sandri concederam entrevista coletiva na concentração do clube, no Hotel Elo. "Na quinta, houve buzinaço pelas principais ruas da cidade pela vitória do São Paulo", contou. "Esse torcedor, se for ao estádio, será para torcer pelo Paraná."

O jogo desta noite é o primeiro dos quatro negociados com o Galo Maringá. A equipe comprou ainda as partidas contra Santos, São Paulo e Palmeiras, o que gerou ao Paraná uma receita de quase R$ 800 mil. "Esperamos aliar esse retorno financeiro com um grande resultado. Historicamente, a vantagem é do Corinthians, mas podemos equilibrar esses números", disse o presidente José Carlos de Miranda, que seguiu com a delegação para o Norte do Estado.

Thiago Neves x Mascherano

O meia Thiago Neves, destaque da rodada passada, terá papel decisivo no jogo de hoje. O jogador foi destacado por Lori para travar um duelo à parte com Mascherano. O volante argentino fez apenas um jogo com a camisa do Timão, mas já é ídolo da equipe do Parque São Jorge. "Tenho que fazer com que ele me marque. Se eu ficar apenas vigiando-o, quem vai jogar é o Corinthians", avisou Thiago.

Com dois gols no Brasileiro, Thiago Neves reconhece que ainda tem muito a crescer. "É meu primeiro campeonato e estou aprendendo. Acho que já melhorei na marcação, no combate no meio-de-campo. Mas, ainda não fiz gols de falta, que sempre foi um dos meus pontos fortes", frisou. Além deste bloqueio a Mascherano, o Paraná aplicará marcação por setor aos demais destaques corinthianos.

"Eles têm jogadores que se movimentam muito. Nesse caso, seria um risco partir para a marcação individual", disse Lori. Daniel Marques e Aderaldo se revezarão na marcação sobre Tevez. "Precisamos marcar com competência, mas jogar futebol. Meus atacantes têm liberdade e temos potencial para buscar um bom resultado." No caso de vitória, o Paraná pode terminar a rodada entre os quatro primeiros do Brasileiro.

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