Treinadores acreditam no sucesso da seleção

Hoje será um dia especial para a torcida brasileira. A seleção pentacampeã inicia, contra a Colômbia, em Barranquilla, a caminhada em busca de uma vaga para a Copa do Mundo de 2006, que será disputada na Alemanha.

Pelo novo regulamento da competição, o Brasil, mesmo tendo erguido a Taça no ano passado, terá que lutar muito para manter a marca de ter participado de todas as copas do mundo até hoje. Vale lembrar que o Brasil não vence fora de casa em eliminatórias há quatro jogos.

Para os dois primeiros jogos das eliminatórias sul-americana – o segundo será contra o Equador, quarta-feira, em Manaus, o técnico Carlos Alberto Parreira convocou a base formada por pentacampeõs. Do time que entra em campo amanhã, apenas o meia Alex, do Cruzeiro, esteve fora da disputa do Japão e Coréia. A seleção entra em campo com Dida; Cafu, Roque Júnior, Lúcio e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Emerson, Zé Roberto e Alex; Rivaldo e Ronaldo.

Todo bom brasileiro tem um verdadeiro treinador dentro de si, que adora dar pitacos sobre o time Canarinho. Até mesmo os treinadores de ofício costumam ter uma opinião formada sobre o tema -mesmo que prefiram não contestar as decisões de Parreira por questões éticas. “Não posso questionar a escalação por ética profissional, mas emitir opinião é diferente”, diz Paulo Afonso Bonamigo, técnico do Coritiba. Para o treinador Coxa, a aposta em jogadores com experiência em Copa foi acertada, pela importância da competição. “É como se a Copa do Mundo começasse agora. As experiências foram feitas até a Copa das Confederações. Agora é pegar o melhor que se tem e ir à luta”. Bonamigo ressaltou também a importância de montar uma equipe consistente para a estréia fora de casa. “É um 4-4-2 reforçado, com poder de marcação. Não se pode facilitar jogando contra a perigosa Colômbia nos domínios dele”. Como a seleção conta com alguns talentos individuais, o treinador Coxa aposta que o Brasil leve vantagem na disputa. “O Brasil desequilibra individualmente, com Ronaldo, Rivaldo, Alex e até mesmo com Ronaldinho Gaúcho, uma boa opção para o decorrer do jogo.”

Canchados

O técnico atleticano Mário Sérgio, que vestiu a camisa da seleção em 81, 82 e 85, acredita que a grande dificuldade do técnico Parreira será manter a motivação em uma competição tão longa como as eliminatórias, envolvendo atletas que jogam no exterior. “Não é fácil trabalhar com essa falta de convívio do grupo. Os jogadores só se reencontram pouco antes das partidas e acaba refletindo numa falta de conjunto”, diz. O treinador lembra que na época em que ele jogava, motivar um grupo era mais fácil. “O objetivo do jogador era chegar a seleção. Era a maior honra que alguém poderia alcançar. Hoje os objetivos são outros.”

Outro problema que a seleção terá de contornar será sair do clima do penta. “Depois de uma grande conquista, há um relaxamento natural. A seleção terá que lutar contra isso para ser vitoriosa.”

O treinador atleticano prevê uma partida complicada na Colômbia, mas acredita no portencial do grupo. “O Parreira manteve a base campeã e convocou os destaques do Brasileirão. É um time forte e não importa quem vai entrar em campo. O que importa é a intenção da equipe”, filosofa.

Para o técnico paranista Edu Marangon, que vestiu a camisa da seleção em 87 e 91, não há nenhuma seleção no mundo que se equipare a do Brasil. “São tantos talentos, tantas opções, que chega a gerar polêmica. Nunca haverá unanimidade.”

Entretanto, o treinador concorda com a utilização de jogadores mais experientes, pelo menos nesse momento, quando a competição se inicia. “A renovação vai acontecer gradativamente, ao longos dos três anos da disputa das eliminatórias. Mas pelo status da seleção, não há como cogitar a utilização de um time B na competição, independente do adversário ou local do jogo”, conclui.

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