Toledo e Marcílio Dias serão julgados pelo TJD

O tapetão entrará em ação para definir o futuro dos times paranaenses na Série C do brasileiro. Engenheiro Beltrão e Inter de Santa Maria pedirão ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva a eliminação de Toledo e Marcílio Dias, que ficaram com as duas vagas do Grupo 15 na segunda fase.

Toledo e Marcílio são acusados de acertar o resultado do jogo do último domingo, no oeste do Paraná. A partida terminou empatada em 0x0 e garantiu a classificação dos dois times.

O volante Rafinha, do Toledo, admitiu que o placar foi acertado entre as duas equipes. Rafinha defendeu a postura dos jogadores de Toledo e Marcílio, que apenas trocaram passes nos últimos minutos, esperando pelo apito final.

“Conversamos com os jogadores do Marcílio e entre a gente. Não foi a primeira vez que isso aconteceu nem será a última. Sei que é feio, mas temos que pensar no nosso futuro. Temos família para cuidar”, declarou, em entrevista após o jogo.

A sinceridade do jogador deixou indignados os dirigentes de Inter e Engenheiro, que denunciaram a “marmelada”. “Estamos alinhavando os últimos detalhes para entrar com uma queixa pedindo a anulação das partidas e a eliminação de Toledo e Marcílio Dias”, diz Luiz Antônio Teixeira, advogado do Engenheiro Beltrão.

Os clubes se baseiam no artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: “Proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição”. A pena prevista é de eliminação, com anulação da partida.

De novo

O caso já chegou ao STJD. “Já ouvi a entrevista do jogador e estamos levantando elementos que podem levar a uma denúncia por parte da procuradoria”, diz o procurador-geral Paulo Schmitt. Segundo Schmitt, é improvável que Toledo e Marcílio sejam eliminados da Série C.

“Houve um caso semelhante na Série A2 do campeonato paulista e os times jogaram de volta. A pena de eliminação é apenas para pessoa física. Para clubes, seria exclusão da competição, que não está prevista nesse caso”, afirma.

Defesa

Para o presidente do Toledo, Irno Picinini, a acusação contra seu clube é absurda. “Nunca partiu da diretoria do Toledo nenhum pedido para acertar o jogo. O que o atleta falou é responsabilidade dele”, desabafou.