Colaborou Irapitan Costa
O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR) vetou o ato da Federação Paranaense de Futebol (FPF), que obrigava o Coritiba a emprestar o estádio Couto Pereira ao Atlético. A decisão liminar foi anunciada na noite de ontem, a partir de mandado de garantia solicitado pelo Coxa, mas pode ter novos desdobramentos até quarta-feira.
De acordo com o presidente do TJD-PR, Peterson Morosko, haverá agora o espaço para uma contra argumentação da FPF. “A federação já foi intimada hoje (ontem) mesmo. Tem três dias (úteis) pra se manifestar e prestar informações. De posse dessas informações, a gente mantém ou cassa a liminar concedida a partir de hoje (ontem)”, explicou.
O entrevero jurídico é fruto de um ato da presidência da FPF, divulgado ontem no site oficial da entidade. Nele, o Coritiba ficava obrigado a emprestar o Couto ao Atlético por um aluguel estipulado em R$ 30 mil por partida. Anteriormente, o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, havia dito que R$ 250 mil seria o valor mínimo para seu clube emprestar a casa ao Rubro-Negro. Também foi acrescentado no ato a necessidade de um cheque-calção de R$ 300 mil, nominal à federação, “a título de garantia por eventuais prejuízos causados ao estádio, durante partidas de seu mando, sob pena de cancelamento da presente requisição”.
A imposição foi considerada “arbitrária” pela diretoria do Coxa, que ainda na tarde de ontem entrou com o mandado de garantia pedindo cassação do ato da FPF. “Vamos combater nas esferas competentes”, disparou o diretor jurídico alviverde, Gustavo Nadalin. Os valores do aluguel publicados pela federação também foram questionados. “Não há no estatuto, no regulamento das competições, em lugar nenhum, não existe nada que determine este valor. É preciso perguntar para a FPF como eles chegaram a este valor”, analisou Nadalin.
Recurso
O diretor jurídico da FPF, Juliano Tetto, afirmou que até a noite de ontem não havia tomado conhecimento da solicitação emitida pelo Coritiba e também da decisão do TJD-PR. No entanto, garante que a entidade tomará providências. “Dentro do prazo, vamos nos manifestar pra tentar mudar a decisão”, afirmou. Questionado sobre a estratégia da FPF para tentar mudar o panorama do caso, Tetto disse que apenas o presidente da entidade, Hélio Cury, está autorizado a comentar o assunto.
Procurado pelo Paraná Online, Hélio Cury só foi localizado antes da decisão, quando tentou desfazer qualquer imagem de atrito com o Coritiba. “Não tenho nada contra ou a favor de clube nenhum. Apenas estamos tomando uma solução para o futebol paranaense e para a sociedade em geral”, declarou.
Trâmites
O julgamento do empréstimo do estádio na esfera local pode ocorrer na quinta-feira. A partir do momento em que for marcada a avaliação do caso no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, existe também a possibilidade de o Atlético se manifestar como terceiro interessado. A queda de braço entre Coritiba e FPF pode ainda parar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Se o caso for levado ao Rio de Janeiro, uma decisão final para o assunto deve demorar.