Thiago chega no Coritiba e evita comparações

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Thiago quer evitar comparações com
o pai. Mas a expectativa é grande.

Dependesse dele, a apresentação seria discreta. Mas não havia como: Thiago de Sá Coimbra, 22 anos, filho de Zico, o maior jogador da história do Flamengo e um dos nomes mais importantes do futebol brasileiro em todos os tempos, foi apresentado ontem no Coritiba com a expectativa natural para um "filho de peixe". Ele, mesmo assim, manteve a calma, até porque imaginava que a mídia estaria interessada em vê-lo vestindo sua primeira camisa profissional.

E a oportunidade faz com que ele agradeça bastante ao Coxa. "Acho que eu precisava ter uma chance dessa. E tê-la logo em uma equipe de qualidade como o Coritiba, com estrutura e torcida, faz com que eu fique bastante satisfeito", comenta o jogador, que passou como amador pelo CFZ (o time de Zico), Paulista de Jundiaí e Flamengo. "Sei como é trabalhar em clubes grandes, mas agora é diferente. Vou ser um jogador profissional em uma equipe de primeira divisão."

Depois de um período em que os dirigentes do Coritiba davam informações desencontradas (chegou-se a desmentir uma possível contratação, mais tarde falou-se que Thiago passaria por testes), a diretoria confirmou o vínculo do jogador com o clube por dois anos. "Não vamos ficar com ele para um período de avaliação, nem queremos fazer marketing. Estamos acreditando que o Thiago será um jogador bastante útil, e por isso vamos fazer um trabalho de preparação física, de fundamentos e de trabalhos táticos, assim como o nosso técnico Antônio Lopes faz com todos os nossos jogadores jovens", comenta o vice-presidente André Ribeiro.

A forma como foi conduzida a contratação também agradou Thiago. "Foi melhor que aconteceu dessa maneira. Senão, já começaria a pressão e as comparações com o meu pai", reconhece o filho do Galinho. Esta é a maior dificuldade do meia-armador, que sofreu na pele com as associações com Zico. "É duro, eu tenho um sobrenome marcante, a minha família é muito ligada ao futebol. Então, desde que comecei a jogar, essas comparações são feitas. Se eu fizer 20% do que ele fez, já vou estar bastante satisfeito", admite.

Por isso, Thiago quer tranqüilidade no Coritiba. "Sei que vou ter isto por aqui, vou trabalhar com uma comissão técnica de gabarito, o Antônio Lopes é um grande treinador, e tudo isso vai facilitar o meu trabalho", festeja o jogador, que sabe do caminho que terá que trilhar. "Eu sei que vou passar por um período de adaptação, que preciso evoluir bastante", confessa.

E é o que faz o jovem reforço do Coxa não ter pressa em começar a jogar – tanto que não há data prevista para a estréia do filho do Galinho de Quintino. "Claro que, se dependesse de mim, eu gostaria de estar logo em campo. Mas sei que o Lopes tem ótimos jogadores, que eu tenho muito que crescer, e que pode ser que eu nem jogue no campeonato paranaense. Só que eu posso dizer que estou muito satisfeito em estar no Coritiba, e pretendo ajudar muito o clube a conquistar títulos", finaliza Thiago.

Confissões marcam retorno

Todos sabiam que o acerto entre Reginaldo Nascimento e Coritiba não era fácil. E, apesar da renovação festiva, e da "apresentação" do capitão ontem à tarde, ainda ecoavam as rusgas do final do ano. Mas o clima era de serenidade, e as "confissões" de dirigentes e do jogador foram encaradas como o ponto final de uma história que começou e terminou de forma surpreendente.

O primeiro a falar foi o vice-presidente André Ribeiro. "Nós conversamos com o Reginaldo em junho, e ele nos disse que não tinha interesse em renovar com o Coritiba por mais um ano. Assim, acabamos fazendo o nosso planejamento para 2005 sem ele", afirmou o dirigente, confirmando a suspeita do próprio jogador no ano passado – o capitão disse que o Coxa teria feito uma proposta "apenas para constar".

Já Reginaldo Nascimento disse que voltou a ter interesse de jogar no clube por razões sentimentais. "Eu tenho residência fixa aqui, formei família em Curitiba e tenho o Coritiba como a minha família. Por isso, acabei cedendo em algumas situações e acertei mais um ano de contrato", resumiu o capitão, que vai jogar onde Antônio Lopes quiser. "Pode ser de zagueiro ou de volante. Vou no lugar que for", brincou.

Leandro é o nome do reforço

Leandro. É este o nome do jogador que vai reforçar o Coritiba? Pela movimentação dos últimos dias, o ex-jogador de São Paulo e Paraná Clube, hoje no futebol húngaro, seria o tal "presente" prometido pelo presidente Giovani Gionédis ao técnico Antônio Lopes. Mas a negociação é atribulada, e pode ainda não se concretizar. E mais: qual é este Leandro?

O jogador citado acima tem 23 anos, e passou pelo Paraná em 2002, quando o tricolor tinha uma parceria com o São Paulo. Mas há um outro Leandro no futebol húngaro, que nasceu em São Paulo, começou nas categorias de base do Corinthians e naturalizou-se para jogar na seleção nacional, tendo atuado três vezes em 2004. Hoje atuando no Ferencvaros, Leandro (que tem 22 anos) é meio-campista e defensor – outra pista que indica que possa ser ele o contratado.

A diretoria, por enquanto, não confirma – nem desmente – a contratação. Mas dirigentes e pessoas ligadas ao clube admitem que seria mesmo um jogador chamado Leandro o reforço para fechar o elenco alviverde para a Copa do Brasil e o campeonato paranaense. Além disso, foram descartados todos os nomes citados nos últimos dias.

Só que ainda faltariam detalhes para a concretização do negócio. Alguns diretores já reclamam da dificuldade para fechar a contratação.

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