O jogo de sábado (16h, em Caio Martins) entre Coritiba e Botafogo marca mais um encontro entre o Coxa e o técnico Paulo Bonamigo, o profissional mais vencedor no clube nesta década. Desta vez, entretanto, ele vive uma situação delicada, tendo que salvar o alvinegro carioca do rebaixamento, que seria o segundo em três anos. Os poucos ex-comandados de Bonamigo torcem por ele, desde que seja depois da partida.
Do time que vem treinando regularmente como titular, quatro trabalharam com o técnico no Alto da Glória: Fernando, Reginaldo Nascimento, Ricardo e Adriano. Outro que estava no Coxa nas duas últimas temporadas é Roberto Brum, mas o Senador está suspenso pelo terceiro cartão amarelo e, portanto, fica de fora da partida.
Os jogadores até imaginam como seria a conversa do técnico com os atletas do Botafogo. “Ele deve estar dizendo o quanto é importante esse resultado contra a gente, porque é o primeiro de três jogos que eles vão fazer no Rio de Janeiro. E a idéia vai ser jogar tudo contra o Coritiba, para arrancar e tentar fugir do rebaixamento”, comenta Fernando.
O capitão coxa Reginaldo Nascimento tem visão semelhante. “Se eu conheço o Bonamigo, ele vai dizer para os jogadores do Botafogo que esta é a partida da vida, que eles precisam fazer todo o esforço possível para conseguir essa vitória. Sem ela, eles podem perder o ritmo nas outras duas partidas que vão fazer no Rio”, afirma o zagueiro.
Isso porque criou-se uma relação próxima entre eles e o técnico que os acompanhou por quase dois anos. “Nós ficamos muito amigos, até porque o entendimento dele com aquele elenco era muito bom”, confirma Nascimento. “Claro que a gente tem muito respeito por ele, e continua com uma amizade mesmo que ele tenha saído. Foi assim no primeiro confronto dele com a gente”, lembra Fernando, citando o jogo do primeiro turno em que o Atlético-MG (então treinado por Bonamigo) venceu o Coxa em pleno Alto da Glória por 1×0.
E é certo que eles estão torcendo para que o técnico – e seus auxiliares, que também passaram pelo Coxa – tire o Botafogo do drama. “Mas não vamos ficar pensando nisso por enquanto”, diz Fernando. “Espero que ele saia dessa, mas não a partir do jogo com a gente”, finaliza Nascimento.
Dúvida: 4-4-2 ou 3-5-2?
O time do Coritiba que vai enfrentar o Botafogo ainda não está definido. E é possível que os treinos da semana não sirvam para confirmar a equipe, e sim para avaliar possíveis situações para sábado. Por exemplo: ontem ele adotou um esquema 3-5-2 sem um ala fixo pela direita. Reginaldo Nascimento, Laércio e Ataliba se revezaram na função – mas isso não deve ser a tática que deve começar a partida.
O esquema usado precisa de muita movimentação. Quando o time titular era marcado, Nascimento e Adriano “pendiam” para a direita – o capitão para ocupar o setor, o lateral para completar a zaga. No ataque, Ataliba ficava mais atrás, e Laércio virava ponta. O Delegado interrompeu o treino várias vezes para acertar o posicionamento.
A possibilidade de um 3-5-2 sem ala é quase nula para iniciar o jogo, mas a tendência da saída de Jucemar é grande. Em nenhum trabalho desta semana o técnico trabalhou com o lateral – nem com qualquer outro da função: Rafinha está na sub-20 e Tesser está fora dos planos. Na terça, Cacique ocupou a ala, mas só para avaliações.
Isso pode significar que os treinos não serão fundamentais para a escalação da equipe, que teria, então, uma das duas formatações: o 4-4-2 habitual ou o 3-5-2 usado contra o Paysandu.