Slater confirma o hepta

Karen Wilson/ASP
Americano acaricia a taça
mais difícil de ser conquistada.

Imbituba, SC – Todo campeão precisa de uma dose de sorte. Foi o que aconteceu com o norte-americano Kelly Slater, que ontem confirmou sua condição de fenômeno conquistando antecipadamente o heptacampeonato do World Championship Tour (WCT) na etapa brasileira do evento, o Nova Schin Festival. Para isso ele contou com a ajuda do australiano Nathan Hedge, que derrotou o havaiano Andy Irons, único que poderia superá-lo na disputa do título, por 17,7 a 16,80. "Foi a vitória mais difícil de toda a minha carreira", admitiu.

Mas Slater passou por momentos difíceis. Na quarta fase, o surfista não soube escolher as ondas e perdeu sua bateria para o sul-africano Travis Logie por 14,70 a 13,66. "Às vezes você precisa tomar decisões e toma as erradas", analisou o heptacampeão, que deixou o caminho aberto para o rival Andy Irons chegar às semifinais, o que levaria a decisão do título para a última etapa, em Pipeline, Havaí.

Slater teve um chilique ainda na água: esmurrou a prancha, atravessou a praia sem falar, arremessou a camiseta de competição com raiva e ensaiou ir embora. "Mas um amigo meu disse que não importava se ganhasse ou perdesse. Ao mesmo tempo, senti que viria coisa boa." Assim, saiu do carro e voltou para assistir o desempenho do adversário.

Irons teve de enfrentar o australiano Nathan Hedge nas oitavas-de-final. Foi uma disputa acirrada de grandes manobras, na qual o atual tricampeão sacou uma nota 9,13 depois de um 9 do adversário.

Mas Hedge virou a bateria no final com uma onda nota 8,7. Slater não escondeu o alívio depois de tanta tensão e chorou. "Para mim foi difícil ver as coisas se decidirem sem que eu estivesse surfando", admitiu. A torcida brasileira foi à loucura.

O heptacampeão dedicou o título ao pai, Steve Slater, que morreu há 3 anos e a toda a família. Disse que essa foi a conquista mais difícil das sete, já que não era campeão há sete anos e no ano passado não havia ganho uma etapa sequer do WCT. "É muita pressão. Quando se está à frente é difícil se manter" admitiu. "Especialmente porque Andy Irons é um adversário difícil de vencer e tinha competido bem nos últimos eventos. Ele realmente contribuiu para que eu elevasse meu desempenho a um nível mais alto."

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