Claro que não tem nada a ver com os 7×1 da Copa do Mundo. Mas a vitória desta quinta (10) da seleção brasileira sobre a Argentina por 3×0, no Mineirão, em Belo Horizonte, serve para afirmar um momento diferente. Momento de um time organizado, comandado por um técnico que sabe das coisas, um ambiente bem melhor de vestiário e isso naturalmente faz com que o talento dos jogadores apareça. Foi uma grande atuação, com um segundo tempo quase perfeito, e um triunfo que praticamente garante o Brasil na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Veja como foi o jogo no Tempo Real da Tribuna!
Como era natural, o jogo começou truncado, marcado, cheio de faltas. Nosso medo se fez real com pouquíssimo tempo, pois Fernandinho levou cartão amarelo ao fazer falta em Messi. E como ele era quem mais se aproximava do camisa 10, bateu aquele receio do ex-atleticano ser expulso. Mas Tite, aos poucos, foi tirando o volante da marcação, avançando Renato Augusto e fazendo Paulinho ficar mais atrás.
Era um jogo estudado. Bauza sabia como o Brasil iria jogar. Um cinturão defensivo não permitia a movimentação plena de Neymar, Gabriel Jesus ficava preso ente Funes Mori e Otamendi, Philippe Coutinho sofria com Di María e Más em seu setor. Só que Tite sabia como a Argentina iria jogar. Em quase todo o primeiro tempo Higuaín mal tocou na bola. Enzo Pérez ficava sem ação no meio, os homens de frente ocupavam espaço para evitar a troca de passes dos hermanos.
Renato Augusto era uma espécie de motor da seleção, movimentando-se muito (ainda mais para quem joga na China) e dando ritmo ao time. A partida era equilibrada e com poucas oportunidades. Quando elas vieram, o bicho pegou. Primeiro, Biglia acertou um pombo sem asa e Alisson se virou para espalmar. E aos 24 minutos, Neymar tocou para Philippe Coutinho, que avançou pela marcação e mandou um chute espetacular, um foguete que Romero não pegaria nem se fosse um bom goleiro.
O Brasil era um time organizado. A diferença tática era gigante. E assim saiu o segundo gol, num contra-ataque perfeito puxado por Gabriel Jesus e concluído por Neymar, que deu uma aula de como finalizar na frente do gol. Na etapa final, a Argentina foi com tudo, colocando Agüero e passando a atacar, mas dando muito espaço, que Gabriel Jesus e Paulinho não aproveitaram. Mas na segunda chance, Paulinho não errou, desviou o cruzamento de Renato Augusto e fez o terceiro.
Aos 16 do segundo tempo a torcida começou a gritar “Tite”. E aos 20 os gritos eram de “olé”. Uma situação inusitada para os últimos anos de seleção brasileira. Nem os mais otimistas pensavam que seria um passeio – a nosso favor – como foi. E que bom que foi assim.
Ficha técnica
ELIMINATÓRIAS
2º Turno – 11ª Rodada
BRASIL 3×0 ARGENTINA
Brasil
Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho (Douglas Costa) e Neymar; Gabriel Jesus (Roberto Firmino).
Técnico: Tite
Argentina
Romero; Zabaleta, Otamendi, Funes Mori e Más; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez (Agüero) e Di María (Correa); Messi e Higuaín.
Técnico: Edgardo Bauza
Local: Mineirão (Belo Horizonte-MG)
Árbitro: Julio Bascuñan (CHI)
Assistentes: Christian Schiemann (CHI) e Marcelo Barraza (CHI)
Gols: Philippe Coutinho 24 e Neymar 45 do 1º; Paulinho 13 do 2º
Cartões amarelos: Fernandinho, Marcelo (BRA); Funes Mori, Otamendi, Biglia (ARG)
Renda: R$ 12.726.250,00
Público total: 53.490