Seedorf nega racismo de torcida da Juventus

O meia holandês Clarence Seedorf, do Milan, afirmou hoje que os coros feitos pela torcida da Juventus contra o atacante Mario Balotelli, da Inter, “não são racismo”. “Existem pessoas que provocam e depois existem reações, os dois comportamentos não justificáveis”, observou o jogador.
Segundo o meia, Balotelli “precisa começar a entender que não pode se comportar assim porque vai causar reações em qualquer lugar”. No último sábado, a torcida de Turim insultou insistentemente Balotelli durante o clássico entre Inter e Juventus.

As vaias e coros contra o jogador aumentaram quando o atacante marcou o gol da Inter e, em seguida, se envolveu no lance da expulsão do volante Thiago, da Juventus. Seedorf ressaltou que “é justo” punir a Juventus pelo comportamento de sua torcida, mas lembrou que o brasileiro Kaká também é ofendido constantemente pelos torcedores adversários. “Quando escuto ‘matem o Kaká’ ou referências à mãe [do jogador] é grave da mesma maneira”, disse o atleta de 33 anos, que está há sete temporadas no Milan.

O holandês também criticou os dirigentes da Juventus, que apresentaram um recurso após o clube ser punido com a perda de um mando de campo pelos coros contra Balotelli. “Acredito que os clubes podem fazer mais para ajudar os torcedores a serem mais educados, espero que a Juventus entenda que seria um exemplo para todos”, afirmou. Seedorf disse ainda que os torcedores italianos “deveriam encontrar uma outra maneira de responder às provocações dos jogadores”.

Filho de imigrantes ganenses, Balotelli nasceu em Palermo, na Sicília, e foi adotado aos três anos de idade por uma família italiana.
O atacante, de 18 anos, tem cidadania italiana e já disputou seis partidas pela seleção sub-21 do país.