São Caetano tenta troco contra o Fluminense

Dono da segunda melhor campanha dentro da fase de classificação do campeonato brasileiro, o São Caetano se vê numa sinuca de bico. Só continua sonhando com a terceira final consecutiva se vencer o Fluminense por três gols de diferença, hoje, às 20h30, no estádio Anacleto Campanella. É uma missão muito difícil, mas longe de ser impossível.

Depois de fazer uma apresentação sem brilho no Maracanã, o Azulão tenta se recuperar da derrota por 3 a 0. Alguns jogadores também tentam dar a volta por cima, como o centroavante Adhemar. Ele, pelo menos, não perdeu a confiança e o raciocínio: “Se eles marcaram três gols em 45 minutos, nós podemos fazer três gols em 90 minutos”. A lógica, porém, não funciona sempre no futebol. Tanto que o São Caetano pode ser eliminado sem perder um jogo dentro de casa. Foram 11 vitórias em casa e apenas dois empates. Só perdeu o handicap de melhor defesa no último jogo. Agora tem 31 gols sofridos, um a mais que o Juventude.

Mas a pressão psicológica afeta até o realista técnico Mário Sérgio que garante jamais ter vivido uma situação tão complicada. Ele não esperava perder de três gols de diferença no Rio. “Acho que nem o time deles esperava tanto”, brincou, sorrindo um pouco para descontrair. O ambiente nos últimos dias não foi tão alegre, mesmo porque o grupo todo está sob pressão para conseguir o resultado.

Um técnico-tático pela manhã na Chácara Santa Luzia, em Mauá, encerrou os preparativos para a decisão. Tudo, é claro, com portões fechados. Mário Sérgio já sabia que não contaria com o zagueiro Serginho, suspenso com três cartões amarelos, e teve confirmada a ausência de Fábio Santos, suspenso pelo Tribunal de Justiça da CBF por dois jogos devido sua expulsão diante do Internacional.

Se quiser passar às semifinais, o São Caetano terá que decidir tudo em campo, porque fora dele não terá apoio de sua torcida. Ela está desanimada pelo tropeço no Rio e mesmo durante toda a competição pouco prestigiou o time, com a média levemente superior a dois mil torcedores. A diretoria também deu uma ducha de água fria na torcida ao aumentar o ingresso de arquibancada em 50%: passou de R$ 10 para R$ 15.

Flu

Romário, mais uma vez, não treinou com o grupo. Ficou no Rio fazendo fisioterapia e chegou a São Paulo apenas no fim da tarde. O atacante tem regalias e não é obrigado a participar das atividades físicas. Na segunda-feira, também havia sido dispensado.

O clima entre os jogadores e a comissão técnica era de total descontração. Ninguém imagina perder a vaga para as semifinais, apesar do discurso cauteloso. “Precisamos esquecer a vantagem que temos”, afirmou Renato Gaúcho, que não poderá ficar no banco de reservas por estar suspenso. O técnico será substituído pelo auxiliar, Ricardo Rocha, ex-zagueiro da seleção brasileira, que, realista, sabe que as chances do adversário são pequenas. “Realmente vai ser muito difícil para o São Caetano reverter, mas pode acontecer.”

O Fluminense contará com o retorno do experiente zagueiro Andrei, mas não terá o meio-campista Yan, suspenso. O time entrará em campo com um esquema cauteloso, explorando os contra-ataques. É possível, até, que Renato Gaúcho utilize três zagueiros.

Ficha Técnica

São Caetano: Sílvio Luís; Marlon, Daniel, Dininho e Lúcio; Claudecir, Magrão, Iriney e Luís Carlos Capixaba; Robert e Adhemar. Técnico: Mário Sérgio. Fluminense: Kléber; Flávio, César, Andrei e Marquinhos; Marcão Marciel (Zé Carlos), Beto e Zada; Roni e Romário. Técnico Renato Gaúcho.

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