Rubro-Negro volta a tentar se livrar da degola

O sinal de alerta voltou a soar forte no CT do Caju. As duas derrotas seguidas e os nove gols tomados em três jogos no campeonato brasileiro voltam a deixar o Atlético numa zona muito perigosa da tabela da competição. Com excesso de jogadores machucados, suspensos ou com uma virose, o Rubro-Negro parou de subir e já começa a ser ameaçado pelos últimos colocados. Para piorar, o projeto de terminar o turno na zona da Sul-Americana foi para o espaço e a luta agora é contra o rebaixamento novamente.

?Lógico que a gente tem que se preocupar com o problema de ter tomado nove gols em três jogos. Vamos treinar e acho que esse problema de faltas de lado e escanteio, estamos pecando e pecamos mais uma vez?, analisa o técnico Antônio Lopes. Para ele, não há alternativa a não ser treinar muito e aguardar os ?reforços?. ?Temos que orientar o grupo, treinar e ficar na expectativa de quem volta entre aqueles jogadores que desfalcaram o grupo?, aponta.

Para se ter uma idéia da dor de cabeça do treinador, se o Delegado já não tinha Dagoberto, Dênis Marques, Cocito e Aloísio, ficou sem Marcão e Ferreira (suspensos) e Evandro e Finazzi (infectados por uma virose) para a partida contra o Papão. Alguns deles devem voltar contra o São Paulo, às 18h10 de sábado, na Arena, mas Lima levou o cartão vermelho e é outro que já está fora da partida contra os paulistas.

?A previsão é para que o Dagoberto fique, pelo menos, no banco contra o São Paulo. Vamos ver o trabalho que ele fez para ver se a gente pode colocá-lo no banco e depois no jogo?, projeta Lopes. O volante Cocito e o atacante Aloísio também podem voltar assim como Finazzi, Evandro, Marcão e Ferreira. Com eles a disposição, o Furacão voltaria a ter a mesma força das rodadas pós-Libertadores, quando o time saiu da lanterna para a 15.ª colocação.

Agora, em 16.º, a situação de complicou novamente. Além de ressuscitar o lanterna, a equipe comandada por Lopes viu o Vasco da Gama ultrapassar o Atlético e já tem novamente, no ?retrovisor?, Brasiliense, Flamengo, São Paulo e Figueirense.

Para a partida de sábado, o time volta a trabalhar amanhã. Hoje, o dia será de folga para a delegação atleticana. Ontem, o grupo fez um trabalho regenerativo em Belém mesmo, antes de embarcar de volta para Curitiba.

Sem personalidade, time reabilita lanterna

O Atlético dificultou um jogo que seria fácil. Enfrentando o frágil Paysandu, o Furacão não soube aproveitar a vantagem técnica, teve uma jornada fraquíssima e perdeu por 2×1, sábado, no Mangueirão. Sem se impor em momento algum da partida, o Rubro-Negro perdeu a oportunidade de se aproximar dos times que lutam por vaga na Copa Sul-Americana e volta a ser ameaçado pelos concorrentes da zona de rebaixamento.

Antes do jogo, um ?adversário? constante do Atlético reapareceu. Depois de Paulo André, contra o São Caetano, e Evandro, antes de viajar para Belém, o centroavante Finazzi também teve uma crise gastrointestinal e foi vetado. Schumaker foi escalado para o ataque, e o Furacão ficou com os jovens Ricardinho e Samir como opções de banco.

Em campo, o Rubro-Negro começou deixando muito espaço para a criação de jogadas do Paysandu. Tanto que os donos da casa criaram duas oportunidades de gol no início. Ao perceber a fragilidade do adversário, o Atlético partiu para cima, e logo na primeira chance abriu o placar. Lima tentou o cruzamento, mas a bola foi cortada pela defesa. André Rocha ganhou a dividida, deixando a sobra para Schumaker, que driblou Favaro e abriu o placar.

Só que a possibilidade – clara – de ?resolver? o jogo ainda no primeiro tempo foi desperdiçada. O Atlético marcou e voltou a recuar, deixando Lima e Schumaker isolados e Fabrício a mercê dos volantes do Papão. A falta de ambição foi punida com o empate. João Carlos aproveitou a bobeada dos zagueiros para igualar a partida – o zagueiro do Paysandu cometeu falta, não marcada, no início do lance.

Preferindo a marcação ao invés da vitória, o Furacão fechou o primeiro tempo sem arriscar o ataque e sem aproveitar os espaços deixados pelos donos da casa. Algumas peças do Atlético não funcionavam – especialmente Marín e Alan Bahia.

Na volta do intervalo, o técnico Antônio Lopes trocou Marcus Winícius por Cléverson, que passou a ser volante avançado, aproximando-se de Fabrício. E, apesar de um bom início, o jogador ?afundou? e, logo a 17?, foi substituído por Ticão – e dificilmente terá novas chances no Atlético. O Paysandu aproveitou a derrocada rubro-negra e pressionou, deixando a defesa desarvorada.

A entrada de Ticão não resolveu o problema e o Atlético seguiu dando espaço aos avanços do Papão. E de tanto chegar na cara do gol de Diego o Paysandu conseguiu a virada. Aos 32?, após não conseguir o arremate, Róbson apenas rolou para o volante Vânderson, ex-Atlético, que chutou colocado, sem chances para o goleiro rubro-negro. Para piorar, Lima foi expulso, deixando o Furacão sem condições de conseguir o empate.

CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Mangueirão (Belém)
Árbitra: Sílvia Regina de Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Ana Paula da Silva Oliveira (Fifa/SP) e Maria Eliza Correia Barbosa (SP)
Gols: Schumaker 11 e João Carlos 16 do 1º; Vânderson 32 do 2º
Cartões amarelos: Alemão, Marquinhos (PAY); Marcus Winícius, Schumaker, Cléverson, Fabrício, Lima (CAP)
Público total: 8.230
Renda: não divulgada

PAYSANDU 2×1 ATLÉTICO

Paysandu
Alexandre Fávaro; Felipe Saad, Marquinhos e João Carlos; Marco Aurélio, Vânderson, Alemão (Marabá), Luiz Augusto (Zé Augusto), Rodrigo (Balão) e Cléber; Robson. Técnico: Gilson Kleina

Atlético
Diego; Danilo, Paulo André e Marcus Winícius (Cléverson, depois Ticão); Jancarlos, Alan Bahia, André Rocha (Douglas), Fabrício e Marín; Lima e Schumaker. Técnico: Antônio Lopes

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