Rodrigo Fabri dá volta por cima com 13 gols

Porto Alegre – Dez meses depois de chegar ao Grêmio, Rodrigo Fabri reconquista o reconhecimento que só teve em 1996, quando projetou-se com o time da Portuguesa, vice-campeão brasileiro. A nova façanha do atacante não é apenas ser o artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 13 gols, mas ter marcado três gols por partida por três vezes, contra o Corinthians, Vitória e Paysandu. “Está dando tudo certo para mim. É o melhor momento de minha carreira”, comemora.

Rodrigo Fabri está tão feliz que fala em ficar no Grêmio para sempre, desde que não seja requisitado pelo Real Madrid, detentor de seu passe e responsável pelo pagamento de 80% de seu salário. O empréstimo ao clube gaúcho termina em junho do ano que vem.

A condição de ídolo dos gremistas foi conquistada a duras penas. Jogador versátil, Rodrigo passou nove meses, de novembro do ano passado, quando chegou, a julho deste ano, quebrando galhos para o técnico Tite. Foi escalado como atacante meia-armador e ala esquerdo, conforme a necessidade. Sem seqüência de jogos na mesma posição, chegou a ser contestado pela torcida nas vezes em que o time foi mal.

No meio do ano, as dificuldades financeiras do clube fizeram o Grêmio dispensar alguns jogadores, entre os quais o comandante de suas ações em campo, Zinho. Tite teve dificuldade para recompor o time e só acertou a mão quando fixou o jogador como um meio-campista avançado, quase um terceiro atacante.

Partindo de trás, com a bola dominada, ele desmonta defesas com dribles em alta velocidade até ficar na cara do gol. Mas também abre espaços para chutes mortais, de fora da área. E pode, ainda, entrar na área de frente para o gol adversário, para concluir passes e cruzamentos de seus companheiros. O atacante ainda tem outra arma: a cobrança de faltas, com seus potentes chutes.

O que falta, então, a Rodrigo Fabri? “Estou aprimorando a marcação”, confessa, referindo-se a uma exigência do técnico Tite e do futebol moderno. Dos dias gloriosos na Portuguesa à volta por cima no Grêmio, Rodrigo Fabri penou com lesões, transferências e incertezas. Vendido ao Real Madrid no início de 1998 não chegou a jogar pelo clube espanhol. Foi emprestado ao Flamengo, mas uma contusão na vértebra impediu que jogasse por mais de quatro meses. O clube seguinte foi o Santos, num empréstimo que durou apenas quatro meses. “Não me adaptei como ala”, recorda Rodrigo Fabri, referindo-se à posição na qual foi escalado pelo técnico Leão.

Vida cigana

Em junho de 1999, o atacante foi para o Valladolid e marcou nove gols em 20 jogos pelo clube espanhol. A etapa seguinte da fase cigana da carreira foi o Sporting de Lisboa, em janeiro de 2001. Desta fase portuguesa, Rodrigo Fabri conta uma história curiosa. Estava jogando bem, mas foi colocado na reserva por determinação do clube, que queria depreciar seu passe para poder comprá-lo. Decidido a não se submeter a essa condição, planejou retomar a carreira no Brasil. O acordo com o Real Madrid e o Grêmio foi fechado em novembro do ano passado.

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