Ricardo Gomes tenta enquadrar Romário

Rio – O atacante Romário está sendo “enquadrado” pelo técnico Ricardo Gomes e passou a ter algumas regalias sob ameaças no Fluminense. Há uma relação conflituosa entre os dois e isso ficou evidente nos últimos dias.

Ricardo Gomes o deixou fora de duas partidas seguidas, apesar de o próprio Romário se dizer em condições de atuar. E, numa conversa por telefone, o treinador deixou claro que o atacante precisa estar mais presente nas Laranjeiras. “Acho importante que ele fique mais perto do grupo”, afirmou.

Na prática, isso significa que Romário deverá participar de alguns treinos de rotina e não apenas dos coletivos em véspera de jogos. E que terá de se concentrar assim como os demais, sem liberdade para chegar atrasado ou sair antes da hora. O recado do treinador, transmitido na terça-feira, quando a delegação estava em Caxias do Sul para o jogo com o Juventude, parece ter surtido efeito. Na quarta e ontem, o jogador compareceu ao clube após dez dias de ausência.

O atacante, de 38 anos, viajou para a Europa na semana passada, a fim de tratar de assuntos particulares, e voltou ao Rio no sábado, dia da partida contra o Olaria, pelo carioca. Queria entrar em campo e foi barrado por Ricardo Gomes. Romário não gostou da decisão e aproveitou o domingo para disputar uma partida de futebol de praia, na Barra da Tijuca.

O técnico foi enfático ao dizer que o jogador teria de estar em boa forma física para jogar. Veio então o confronto com o Juventude e Romário tinha como certa a sua escalação. Nem foi relacionado para a partida em Caxias do Sul e ficou no Rio. Diante do impasse, resolveu então treinar.

Duas semanas atrás, Romário foi o pivô da saída de Valdyr Espinosa do clube, o que só seria admitido dias depois pelo treinador. O jogador se insurgira contra o técnico no vestiário do Maracanã, no intervalo da decisão da Taça Guanabara em que o Fluminense perdera para o Flamengo por 3 a 2.

Na oportunidade, Espinosa se sentiu desprestigiado e desautorizado por Romário. “Ali senti que perdi o controle do grupo”, declarou mais tarde. Na véspera de anunciar sua demissão, o treinador recebeu um “telefonema de solidariedade” do atacante, mas não voltou atrás.

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