O empate por 1 x 1 frente ao lanterna Barueri foi a gota d’água. Ricardinho anunciou, logo após a partida, sua saída do Paraná Clube. Visto como o principal responsável pela reestruturação do departamento de futebol do Tricolor, o técnico não suportou a campanha ruim neste segundo turno, aliada à falta de apoio da diretoria, no sentido de qualificar o elenco, e pediu demissão. Foram oito meses de trabalho, onde o ponto alto esteve no retorno à elite paranaense.
Com a saída do técnico, e a indignação da torcida, que inclusive tentou invadir o vestiário ao final da partida, o Paraná fica à deriva e terá que buscar soluções imediatas, com um novo objetivo: permanecer na Série B. “Quando cheguei, disse que o ano seria de muitas dificuldades. A primeira delas, voltar à Primeira Divisão paranaense. Conseguimos. Depois viria o Brasileiro, ciente das limitações financeiras e estruturais do Paraná Clube”, disse Ricardinho, sem dar espaço para perguntas. “Tivemos prioridades para minimizar os problemas na Série B e montamos um time dentro das nossas possibilidades. Por algum tempo deu certo. Mas há tempos venho pedindo, internamente, sem levar isso a público, a contratação de mais opções ofensivas”, desabafou. “Nós sempre criamos muito, mas marcamos poucos gols. Falta qualidade neste ponto”, desabafou.
Ricardinho disse que listou uma série de possíveis reforços. “Todos eles, dentro da realidade do clube, mas não fui atendido. Por isso, acho que o melhor para o Paraná Clube, no momento, é a minha saída”, disparou. “Saio triste, porque queria reestruturar o clube e trabalhamos forte para isso. Mas vejo que daqui pra frente, sem essas prioridades atendidas, prefiro sair e deixar espaço para outro profissional”, disse Ricardinho, que fez questão de agradecer o apoio da torcida durante os muitos momentos de dificuldade da equipe, no Paranaense e no Brasileiro.
Ricardinho informou à direção de sua decisão por telefone, antes do pronunciamento. “Não gostaria que fosse assim. Pedi pra falar com eles (os dirigentes) mas ninguém veio ao vestiário após o jogo”, revelou o ex-treinador do Paraná. “Informei o presidente da minha decisão e torço muito para que o clube saia dessa situação difícil. Não poderia deixar para amanhã (hoje) pois a decisão é definitiva”. Ricardinho sai ao lado de seu irmão, o auxiliar-técnico Rodrigo Pozzi. “Deixo uma comissão técnica de primeiro nível e que deu seu máximo. O grupo também atuou no seu limite e sempre foram muito profissionais”, concluiu Ricardinho.
| Allan Costa Pinto |
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