Não basta torcer, tem que participar. O meia Ricardinho, do Santos e da seleção brasileira, mesmo a distância, continua sendo um colaborador do Paraná Clube. Formado nas categorias de base do Tricolor, ele não abandona as origens e fez questão de adquirir um camarote no novo Durival Britto. "Só fiz uma exigência: que todos os jogos sejam disputados na Vila", disse o jogador à Tribuna, pouco antes de seguir ao lado de Cicinho e Gustavo Nery para os amistosos da seleção no mundo árabe.
Ricardinho é o jogador de maior projeção mundial revelado pelo clube e não rompeu os laços com o Tricolor. Ele está indo para a segunda gestão como integrante do Conselho Deliberativo do clube. "Não posso participar de forma mais direta, mas sempre sei o que está acontecendo no Paraná. Estou muito feliz com a campanha desta temporada e esse é o caminho", disse.
Para Ricardinho, a partir desta reafirmação no cenário nacional, o Tricolor deve voltar atenções para as categorias de base, na busca por jogadores de alto nível.
Na condição de um "cônsul tricolor", Ricardinho também teve participação no início das negociações para o novo fornecedor de material esportivo do Paraná. A Joma, empresa espanhola e que estampa a sua marca em dezenas de clubes europeus (Sevilla, La Coruña, Getafe…) pretende entrar no mercado brasileiro e o contrato com o Tricolor pode ser fechado nos próximos dias. Essa questão não é confirmada pela diretoria paranista, pois há outras duas empresas em fase de negociação. "Sou o único jogador do Brasil com contrato de exclusividade com a Joma até ano que vem." revelou Ricardinho.
Para o meia – que está perto de carimbar passaporte para a sua segunda Copa do Mundo – a volta à Vila Capanema é uma necessidade nesse processo de reestruturação do clube. "É preciso ter identidade e a Vila
é a casa do Paraná". As obras já estão em andamento e 27 unidades (no total, são 56 camarotes) já foram vendidas. "A procura é muito boa e todo o organograma de obras está sendo seguido", explicou Márcio Villela, coordenador da campanha "Vila, tá na hora!".
"A adesão do Ricardinho foi muito importante para o clube. Ele é o maior símbolo da nossa vocação para fabricar craques", lembrou Villela. O meia adquiriu o camarote 19, quase ao lado do histórico relógio da Vila Capanema. "Minha família vai usar muito esse espaço", lembrou Ricardinho. Seu irmão, Rodrigo, é o técnico da equipe infantil do clube e o meia sempre diz que quando "pendurar as chuteiras" vai assumir a presidência do Paraná. Além da venda de camarotes, o clube aposta ainda na venda de pacotes para o estadual, doações espontâneas e de produtos alusivos à campanha.
Três disputam uma vaga no meio-de-campo
Maicosuel, Thiago Neves e Éder disputam uma vaga no meio-de-campo do Paraná Clube para o jogo de sábado -às 18h10, no Luso-Brasileiro (Ilha do Governador) -, frente ao Botafogo. Cada um já teve seu momento no time titular e agora a briga é por afirmação. Restando apenas cinco rodadas, o técnico Luiz Carlos Barbieri ainda não encontrou o equilíbrio ideal nesse setor de criação.
Das três opções, Éder foi o que mais atuou na "era" Barbieri. Começou bem, mas caiu de produção, fazendo o treinador buscar novas alternativas. Thiago Neves – que voltou a ser titular do time assim que Lori Sandri saiu do comando – chegou a ser "a bola da vez", mas recebeu o terceiro cartão amarelo frente ao Atlético (jogo em que substituiu Éder no intervalo) e no jogo seguinte a escolha recaiu sobre Maicosuel.
O mais jovem jogador do grupo – 18 anos – fez um bom jogo contra o Internacional, mas caiu de rendimento frente ao Paysandu.
"Essa oscilação é normal e esperada", avaliou Barbieri. O técnico vai fazer sua escolha final no treino desta tarde, na Vila Capanema. "São jogadores com características distintas.
Vou analisar o adversário e ver a melhor opção", disse Barbieri.
É certo que o esquema será mantido (3-5-2) e João Paulo deve ser o titular da zaga, ao lado de Marcos e Daniel Marques. Aderaldo seria outra opção, mas deve ficar no banco de reservas, já que no jogo anterior João Paulo foi a escolha de Barbieri como reserva imediato para o setor defensivo e acabou entrando nos minutos finais. No meio-de-campo, Beto substitui Pierre, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Neto está na mira do Santos
Especulações, sondagens, dúvidas. Todo fim de temporada é assim. Ainda mais quando uma equipe consegue se destacar.
Se esse time conta ainda com atletas até então desconhecidos, a profusão de boatos aumenta de forma às vezes incontrolável. É o caso do Paraná Clube, que saiu da condição de "favorito ao descenso" (segundo videntes da bola) para ser a surpresa do campeonato, ostentando a sexta colocação e podendo subir mais um ou dois degraus.
A diretoria já trabalha no sentido de segurar a base deste elenco, mas sabe que algumas transações serão inevitáveis. Se Borges está sendo cogitado por clubes do Japão, da Alemanha e da Espanha, o ala Neto também fez seu nome neste Brasileiro. Só que o destino do jogador deve ser mesmo o futebol paulista. Depois de São Paulo e Palmeiras, agora é o Santos quem acena com a possibilidade de contratar o jogador, já que ao que tudo indica a transferência de Gabriel (Fluminense) não mais ocorrerá.
"Só tenho a agradecer a chance que o Paraná me deu", disse Neto. Meio-direita de origem, ele passou a atuar na ala somente nesta temporada, na Inter de Limeira. Veio para o Tricolor numa situação emergencial, diante da lesão de Parral, que fora contratado para ser o titular da lateral. "Dei sorte e superei aquele início de competição, onde fui muito mal. Estava fora de forma", lembra. Neto, além dos gols de falta, se destaca pela criatividade e pelas assistências. "Jogar no meio-de-campo só me ajudou nessa função. Está sendo maravilhoso jogar este Brasileiro."
Com contrato até o fim deste ano, Neto é detentor de seus direitos federativos e no caso de uma transação o Paraná fica com 20% do valor. "Até o momento só fico sabendo dessas possibilidades pela imprensa. Ninguém desses clubes me procurou, mas não há como negar que chegar a um dos grandes de São Paulo é a realização de um sonho", finalizou o ala.