Cadê o artilheiro?

Rendimento de Ederson cai em 2014 e faz falta ao Furacão

Não há torcedor do Atlético que não sinta saudades do Ederson de 2013. Em 47 jogos, o atacante marcou 25 gols (21 só no Brasileirão e outros quatro na Copa do Brasil) e fechou sua participação naquela temporada com três gols na partida final contra o Vasco. O sonho de ser artilheiro de um campeonato Nacional encheu a pequena Pentecostes, no Ceará, de orgulho. “A prefeita queria mandar até um caminhão do Corpo de Bombeiros para pegá-lo em Fortaleza”, confessou Valdemir Marinho, pai do goleador atleticano. Mas a modéstia impediu a chegada do herói na cidade natal. “Ele não quis, mesmo sendo o primeiro cearense a ser artilheiro do Brasileirão”, orgulha-se.

A temporada 2014 começou com a possibilidade da realização de um sonho, mas com bem menos gols do que se esperava. “Ele tinha proposta para ir embora, mas sonhava em jogar uma Libertadores pelo Atlético na Arena”. O torneio internacional Ederson jogou (marcou três gols), mas em outros campos (o Furacão mandou seus jogos na Vila Capanema). “Jogando num campo bom, quando a bola começar entrar melhora”, disse Marinho.

A falta de gols no ano preocupa não só o pai de Ederson, mas toda a família, a cidade de Pentecostes e, é claro, o próprio artilheiro. “Falo com ele todo dia e também depois dos jogos. Digo pra ele que poderia ser assim ou assado, mas ele diz: ‘Pai, quando não quer entrar, não tem jeito’. Aí a trave fica pequena, as pernas pesam. Mas ele esta consciente. Trabalha bem fisicamente, ligou pra mim dizendo que foi bem no amistoso e estamos com uma expectativa muito boa”, explicou o pai do artilheiro.

A parada para a Copa do Mundo pode significar uma guinada na história de Ederson em 2013. No ano passado, em cinco jogos do campeonato antes da pausa para a Copa das Confederações, ele fez quatro gols. Até aqui, em nove jogos, apenas um. Mas após o torneio do ano passado Ederson disparou no ranking dos artilheiros. Marcou dois gols em quatro jogos (um pela Copa do Brasil) e na última rodada fez um “hat-trick” contra o Vasco. “Ele fala pra mim que era para estar com sete gols. A gente lembra dos lances que a bola não entrou e o goleiro fez milagre. Foi falta de sorte”, confia “seo Marinho”.

Uma boa parte da cidade – “todo mundo gosta dele”, orgulha-se Marinho – já fez promessas no Santuário de Canindé e em Juazeiro do Norte para que Ederson faça as pazes com o gol. A melhora do futebol do atacante deixa o pai otimista. “Ele esta jogando bem, ajuda o time, volta pra marcar e da passe para os gols. Ele não tá achando bom, mas vai sair dessa”.