Uma noite que Renaldo estava esperando para chegar desde que foi apresentado como reforço do Coritiba, no meio do Campeonato Brasileiro. Os dois gols e a boa atuação na vitória sobre o Figueirense fizeram com que ele, finalmente, caísse nas graças da torcida – e que superasse a má fase, que fez com que o centroavante fosse até afastado pelos então técnico Antônio Lopes Júnior e coordenador Sérgio Ramirez. Mesmo assim, ele não usou o jogo de quinta para responder aos que duvidavam dele.
Para Renaldo, o que passou, passou. ?Eu sou profissional, não posso ficar falando sobre outras pessoas. Tem coisas que acontecem e que o jogador não pode ficar comentando?, avalia o centroavante, que ficou feliz pela reação da torcida. ?Foi muito bom receber os aplausos, porque alegrar a torcida era o que todos nós estávamos procurando?, festeja. Renaldo foi alvo de uma calorosa saudação dos torcedores ao ser substituído aos 35 minutos do segundo tempo.
O centroavante recebeu nova oportunidade com Márcio Araújo, após ser trazido de volta ao grupo principal por Cláudio Marques na partida contra o Internacional. ?O Márcio fez a gente voltar a acreditar na nossa qualidade. Nós entramos em campo com a vontade de acabar com o mau momento, de vencer o jogo e recuperar a equipe no Brasileiro?, afirma Renaldo.
Ao mesmo tempo, o Coritiba recebeu o apoio de fora. A manifestação da torcida emocionou o atacante de 35 anos. ?O que nós tivemos por parte do nosso torcedor foi incrível. Era a força que a gente precisava ter dentro de um jogo tão importante como foi este contra o Figuirense?, diz Renaldo. ?Para mim, foi bom marcar os gols, mas foi ótimo receber o incentivo deles em toda a partida?, completa.
Nada disso viria sem os gols. O primeiro, vencendo a marcação de Cléber, foi bem ao seu estilo. O segundo, aparando o cruzamento de Maia, teve a participação decisiva do companheiro. ?Estava na hora de ele acertar um passe para mim?, brinca o camisa 9. ?A bola chegou na frente, e nós tivemos condições de criar jogadas?, comenta Maia. Com os quatro gols de quinta, o Coritiba não é mais o pior ataque do Brasileiro. ?Este é um negócio que sempre incomoda, pressiona?, diz o camisa 11 do Coxa.
Para Renaldo, agora é o momento de embalar, mas sem euforia. ?Nada foi conquistado. Tivemos um bom resultado, só que não teremos sucesso se não vencermos o Brasiliense?, diz, citando o jogo de domingo, às 18h10, na Boca do Jacaré. O centroavante, que é candango, terá uma torcida especial em Taguatinga. ?Minha família vai estar lá. E, como é minha terra, quero marcar?, avisa.
Márcio pede concentração
O jogo com o Figueirense já passou. Apesar da festa da torcida em casa, da boa atuação e da goleada, na quinta, o Coritiba tenta agora focar apenas a partida de amanhã contra o Brasiliense. O técnico Márcio Araújo acelerou o processo de preparação da equipe justamente para que o grupo perceba, que a característica do jogo em Taguatinga é completamente diferente do que se viu no Alto da Glória. Mesmo assim, o treinador está confiante.
Se o Coxa não terá torcida a favor, Márcio quer que os jogadores ?levem? os torcedores com eles. ?Nós temos que lembrar a todo momento que temos uma massa de pessoas nos apoiando, acreditando na gente, e esperando que a gente consiga a vitória. Fazendo isso, com o entusiasmo que eles estão apresentando e com a qualidade que se tem no elenco, teremos dado um passo muito grande para uma atuação boa em Brasília?, afirma o técnico alviverde, bem do seu jeito.
E, ao contrário do que pensava na partida com o Flamengo, Márcio Araújo vai colocar o time mais à frente. ?Este jogo é diferente, nós precisamos de um resultado porque vamos enfrentar um adversário direto e que está pressionado a vencer. Vamos jogar com inteligência, mas vamos buscar o resultado?, garante o treinador.
Para isso, ele acha fundamental que o jogo de quinta seja ?esquecido?. ?Foi esse o assunto da nossa conversa. Se ficarmos pensando só no que aconteceu na quinta, não conseguiremos buscar outro resultado?, confessa o goleiro Douglas.
Em campo, o time terá apenas uma mudança – Luís Carlos Capixaba, suspenso, dará lugar a Peruíbe. ?Não há porque fazer alterações profundas. O mais simples é, saindo o Capixaba, entrar o Peruíbe e manter o Jackson na direita?, explica Márcio Araújo.