Ninguém falou em “decisão definitiva”, mas o presidente Aquilino Romani já não acredita na contratação de Netinho. O dirigente, visivelmente frustrado pelo desempenho do Paraná Clube na Série B, sentiu que o jogador não demonstrou vontade de vestir a camisa tricolor.
“Já temos um grupo numeroso e uma contratação só se justificaria se fosse para resolver o nosso problema. Acima de tudo, precisamos de jogadores que venham com disposição para nos ajudar”, disparou o presidente Aquilino Romani.
A reunião entre a diretoria paranista e o procurador do atleta, Sandro Becker, não deu em nada. Mesmo sem declarar o canal de negociação fechado, Romani admitiu que já está se questionando sobre a validade de novas contratações, neste momento.
“Estamos fazendo um esforço enorme para manter salários em dia”, comentou Romani, em referência às recentes vendas de João Paulo, Gilson e Marcelo Toscano. Reconhece que não foram negociações rentáveis, mas necessárias para o momento do clube.
Netinho era visto como a “tacada” do Tricolor para dar um novo rumo ao setor de criação. Porém, diante da novela que se criou, o Paraná só viu aumentar o descrédito sobre as suas reais possibilidades na Série B.
Na prática, Netinho “fez doce” e preferiu ficar apenas treinando no Atlético, a vestir a camisa azul, vermelha e branca na sequência da temporada. Curioso é que nesta transferência, o meia sequer teria que prorrogar seu vínculo com o Atlético, que expira no fim do ano.
A preocupação de Romani é justificável. O Paraná, que chegou a empolgar seu torcedor no período pré-Copa, voltou à mesmice de suas recentes participações na Segundona.
Com apenas 23 pontos, vê a cada jogo fora de casa seu sonho de voltar à Série A ficar mais distante. Pior do que isso: já passa a conviver com antigos fantasmas. O Tricolor está, hoje, a apenas três pontos da ZR e no sábado encara nada menos do que o líder Figueirense. Os jogadores ao menos já admitem que agora o foco passa a ser a fuga dessa situação perigosa.
“Não adianta ficar falando em G4 estando lá atrás. Não podemos mais ser amiguinhos. Temos que mudar essa história na porrada, na base do esporro”, disparou o capitão Luís Henrique.
Para o jogo do próximo sábado – às 15h50, na Vila Capanema – o técnico Marcelo Oliveira não poderá contar com o meia Wanderson, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
E, diante da aparente negativa de Netinho, o treinador terá que buscar nova solução para a camisa 10. Possivelmente Flavinho, que, nos últimos jogos, vem entrando no time com alguma frequência.