Presidente da CBG pede união para conquistar espaços

A nova presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Maria Luciene Resende, assumiu a entidade nesta sexta-feira pedindo a união das federações e dos clubes “para que possamos conquistar mais espaços”. Entre as propostas está a criação, ainda este ano, de mais 11 centros de excelência de ginástica, em parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF), cursos de capacitação para técnicos e árbitros e esforços para que sejam adquiridos equipamentos mais modernos para os clubes.

Ela passa a ocupar o lugar de Vicélia Florenzano, que ficou por 18 anos à frente da entidade e comandará a Federação Paranaense de Ginástica a partir do fim do mês. Maria Luciene chega em um momento de crise econômico-financeira mundial, que atingiu também os esportes.

Mas ela não demonstrou muita preocupação em relação a isso, porque a CEF manteve o patrocínio. Para este ano, a CBG trabalha com orçamento de R$ 7 milhões, dos quais R$ 3,2 milhões do patrocinador e R$ 2,3 milhões do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O restante está no caixa desde o ano passado.

Em relação ao trabalho da direção anterior, a principal mudança é a descentralização do treinamento das seleções permanentes. Antes, as ginastas ficavam em Curitiba. A partir de agora poderão fazer os treinamentos nos clubes aos quais estão vinculadas. Algo que não preocupa a coordenadora da ginástica feminina, Georgette Vidor. “Todas, inclusive as reservas, serão acompanhadas”, afirmou.

Esse trabalho será feito por ela própria e pela técnica ucraniana Irina Ilyashenko. “Mas a maioria estará concentrada aqui (Curitiba), e o espaço também estará aberto a qualquer treinador que quiser vir em qualquer momento e em qualquer tempo se achar que em seu clube não está acompanhando o treinamento da seleção”, disse Georgette.

Segundo ela, essa é uma nova experiência que visa também à melhora do nível técnico dos treinadores brasileiros. “Nós acompanhamos os sucessos nesses 18 anos, mas é importante que também observemos os erros e tentemos acertar”, ponderou. “Os clubes esvaziaram em função das seleções permanentes, nós precisamos resgatar isso.” Mas ela não descartou a possibilidade de rever a posição. “Se der certo, e acreditamos que vai dar, ótimo, senão a gente vai voltar a concentrar”, disse. “E é possível que voltemos a concentrar mesmo dando certo, porque temos desafios e isso (concentração) pode acontecer até em um período mais longo.”

O primeiro teste para a nova forma de atuação da direção da CBG será entre os dias 12 e 15 de março, em Veneza, na Itália, no Torneio Internacional por Equipes. Mas o principal evento deste ano é o Mundial, que será realizado entre os dias 12 e 16 de outubro, em Londres. Do mesmo modo que a seleção permanente deixa Curitiba, a sede da entidade também vai mudar, estabelecendo-se em Aracaju, onde Maria Luciene tem domicílio.