Portugal perde, está fora da Euro e diz adeus a Felipão

Acabou a era Luiz Felipe Scolari na seleção portuguesa. Com Deco e Cristiano Ronaldo longe de seus melhores dias, Portugal perdeu por 3 a 2 para a Alemanha nesta quinta-feira, na Basiléia, e foi eliminado nas quartas-de-final da Eurocopa pelos alemães, que enfrentam Croácia ou Turquia nas semifinais.

Para Scolari, a eliminação num jogo equilibrado e dramático marca o fim de um período de cinco anos e meio à frente da seleção, que mais uma vez viu morrer na praia o sonho de conquistar seu primeiro título internacional. Em 2004, Felipão chegou perto e os portugueses foram vice-campeões da Eurocopa – jogando em casa, perderam a final para a Grécia. Dois anos depois, na Copa do Mundo, a seleção ficou em quarto lugar, perdendo a decisão do terceiro posto exatamente para a Alemanha, por 3 a 1.

Felipão foi chamado para Portugal no início de 2003, meses depois de ser pentacampeão do mundo com o Brasil. Sua missão, de acabar com o jejum de títulos dos portugueses, não foi concretizada, mas o treinador gaúcho diz que sai de "cabeça erguida", consciente de que colocou a seleção entre as forças do futebol mundial, além de ter elevado a auto-estima do povo gaúcho. Sua próxima missão agora é no Chelsea: transformar um dos times mais ricos do mundo em um campeão reconhecido internacionalmente.

A triste despedida de Scolari ainda foi marcada pelo fato de a equipe alemã ter entrado em campo sem técnico. Joaquin Löw, suspenso pela Uefa, foi obrigado a assistir a partida de uma sala fechada e sem nenhum acesso aos jogadores e à comissão técnica – nem mesmo no intervalo.

A eliminação também é uma ducha de água fria nas pretensões de Cristiano Ronaldo de se sagrar o melhor jogador do mundo em 2008 Antes mesmo do fim do jogo, a imprensa portuguesa já acusava as badalações sobre o jogador e as especulações de uma eventual transferência para o Real Madrid como motivos da eliminação. O anúncio de que Felipão iria para o Chelsea dada em pleno torneio também foi alvo de críticas por parte da imprensa esportiva.

O JOGO

No campo, a Alemanha mostrou porque era considerada como o time mais perigoso do torneio pelo próprio Felipão. Os alemães começaram melhor, controlando a posse de bola e taticamente sólidos. Aos 22 minutos, Schweinsteiger completou um cruzamento de Podolski e abriu o placar. Quatro minutos depois, com os portugueses ainda atordoados, Klose fez de cabeça o segundo, após falta cobrada por Schweinsteiger. Felipão havia alertado a seus jogadores que os cruzamentos seriam a arma mais usada pelos alemães, mas não adiantou nada.

Com pouca criatividade, o time português não conseguia furar o bloqueio alemão. Cristiano Ronaldo, muito marcado, tinha dificuldades para chegar ao gol da Alemanha. Em sua primeira boa jogada, aos 40 minutos, o astro português bateu cruzado, Lehmann defendeu e Nuno Gomes marcou. No último minuto do primeiro tempo, Cristiano Ronaldo quase empatou ao jogo.

Portugal voltou melhor no segundo tempo, mas não foi suficiente. Aos 11, o zagueiro alagoano naturalizado português Pepe por pouco não empatou, numa cabeçada. Mas, aos 16, a Alemanha fez seu terceiro gol, em novo cruzamento de Schweinsteiger: Ballack deu um empurrãozinho em Paulo Ferreira e aproveitou a má saída de Ricardo para marcar. Um dia antes do jogo, o meia – que será comandado por Felipão no Chelsea – já havia dito que o ponto fraco do time de Scolari era seu goleiro.

Faltando três minutos para o fim, Hélder Postiga descontou para Portugal. O jogo se transformou em uma guerra, com todos os jogadores do banco, Felipão e todo o estádio de pé. Mas os alemães montaram uma parede e evitaram o empate.

Ficha técnica

Portugal – Ricardo; Bosingwa, Pepe, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira; Petit (Postiga), João Moutinho (Raul Meireles) e Deco; Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes (Nani) e Simão Sabrosa. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Alemanha – Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Rolfes, Ballack, Schweinsteiger (Fritz) e Hitzlsperger (Borowski); Podolski e Klose (Jensen). Técnico: Joachim Löw.

Gols – Schweinsteiger, aos 22, Klose, aos 26, e Nuno Gomes, aos 40 minutos do primeiro tempo; Ballack, aos 16, e Hélder Postiga, aos 42 minutos do segundo tempo.

Árbitro – Peter Fröjdfeldt (SUE).

Cartões amarelos – Petit, Pepe, Postiga, Friedrich e Lahm.

Local – Estádio Saint-Jakob Park, na Basiléia (SUI).

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