Pesos pesados voltam pra fortalecer o Furacão

Após 4 anos afastado da direção do departamento médico do Atlético, Edilson Thiele retornou à sua casa, como gosta de chamar o clube do coração. E o conceituado médico não foi o único peso pesado a voltar ao Furacão para fortalecer o elenco extra-campo que está sob o comando do presidente Marcos Malucelli. Na mesma semana foi divulgada a efetivação de Fernando Cordeiro como diretor de futebol e o retorno de Roberto Karam à função de diretor de Comunicação, Relações Públicas e Marketing do clube.

Malucelli fez questão de ressaltar a importância da chegada desses profissionais para engrandecer o clube, os quais trabalharão sem qualquer remuneração, apenas pelo amor às cores rubro-negras. Ele cita que o atleticanismo estará em alta em seu mandato. “Minha gestão tem como propósito trazer para dentro do Atlético os seus torcedores, associados e conselheiros, para criar um “atleticanismo”, que significa o prazer, a satisfação e o orgulho de poder colaborar com seu clube”, afirmou o presidente.

Um dos retornos mais festejados foi o de Edilson Thiele, já que o departamento médico estava sem um comando desde a saída do cardiologista Paulo Brofmann, no 1.º semestre de 2008. E o “doutor” já chegou com novas idéias e projetos para recolocar o DM atleticano em destaque, tornando-o mais eficiente e, ao mesmo tempo, com menores gastos. Sobre o retorno ao Atlético e o projeto que pretende implantar até o final deste ano, Thiele conversou com ao Paraná-Online.

Paraná-Online:
Como foi passar todo esse tempo afastado profissionalmente do Atlético?

Thiele: Na arquibancada é pior do que dentro do campo. Ver o sofrimento da torcida (ele e familiares incluídos) é muito pior do que quando você está lá dentro. Mas voltar para sua casa é sempre muito legal.

Paraná-Online: Como você encontrou o DM após 4 anos?

Thiele: Com saudades. A função nossa aqui é não polemizar, mas ajudar o Atlético a melhorar o departamento médico e faremos isso. Começaremos com o Centro de Referência e vamos inovar com a implantação de um DM autogestor. Teremos de 4 a 5 empresas – 4 estão definidas -que funcionarão como parceiros do departamento médico, que vão diminuir custos para o Atlético e tornarão o clube referência nacional e, quem sabe, internacional.

Paraná-Online: O que você pode falar sobre essas parcerias e como vão funcionar dentro do Atlético?

Thiele: Basicamente serão empresas que vão tentar suprir o momento financeiro do Atlético. Vão evitar que a diretoria gaste dinheiro a mais com o DM. Com o custeio, haverá minimização de exames e minimização de gastos com hospital, já que será um hospital de referência e nada vai custar ao Atlético. Outras duas empresas irão financiar os projetos científicos. Temos que mostrar para os outros o que vamos fazer, como trabalhos de prevenção para minimizar as lesões. Trabalhos publicados em revistas científicas para dar um padrão de qualidade ao departamento médico, o que é fundamental porque não podemos apenas ter um nome. Temos que ter essência e ciência, senão seremos apenas mais um departamento médico como todos os outros. E temos que ser diferentes.

Paraná-Online:
O retorno seria através de publicidade para essas empresas?

Thiele: A publicidade seria à parte. Todas as empresas quiseram participar pelo nome do Atlético, que é muito forte em Curitiba e será muito forte no Brasil. Isso porque será o primeiro departamento médico autogerido.

,Paraná-Online: Para a implantação desse projeto, qual seria o prazo. Seis meses?

Thiele: Um pouquinho mais. Mas vamos ver se conseguimos implantar o quanto antes para colhermos resultados o mais rápido possível.

Paraná-Online: Em 16 anos de contribuição para o clube, qual a passagem mais marcante no Atlético?

Thiele: O Campeonato Brasileiro de 2001 foi a mais marcante, mas tiveram mais. No meu primeiro ano de Atlético ganhamos do Coritiba e fomos campeões paranaenses no Couto Pereira, com o gol contra do Berg. No primeiro ano ser campeão é muito legal. Cito também o primeiro campeonato na Arena, contra o Coritiba, com o gol do Gustavo. A mais emocionante de todas foi a volta de Washington a jogar futebol. Porque ele estava, teoricamente, suspenso da atividade esportiva e voltou. Foi emocionante.