Perder fora, uma rotina na vida do Paraná Clube

Ao fracassar em São Caetano, mais uma vez o Paraná Clube mostrou ser um time estritamente caseiro. O desempenho instável do clube no Brasileirão – que já mudou quatro vezes de técnico e está “preso” à uma posição intermediária – está diretamente ligado à seqüência de insucessos que o Tricolor coleciona atuando como visitante.

Fora de seus domínios, possui o quinto pior rendimento da competição, assumindo o rótulo de convidado “muito bem vindo”.

No ABC não foi diferente. Frente ao São Caetano, que vinha de quatro derrotas consecutivas (duas delas no Anacleto Campanella), a história se repetiu. Com os dois gols sofridos na derrota por 2×0, o Paraná se isolou como a defesa mais vazada do campeonato. São 56 gols sofridos, com a média de 1,69 gol/jogo. Fora de casa, a defesa leva em média, 2,19 gol/jogo. Nem mesmo a proposta ofensiva do técnico Saulo de Freitas adiantou. Poucas oportunidades foram criadas, comprovando a ineficácia do ataque além-fronteiras.

O Tricolor zerou seu saldo de gols e dos 56 marcados até aqui, somente 16 ocorreram em território inimigo. Os seja, o Paraná marca somente 28,57% de seus gols fora de casa. Em compensação, sofre 62,5% dos gols lá fora. O resultado prático disso é um rendimento irregular, que obriga o time sempre a estar vencendo dentro de casa para não desabar na tabela de classificação. A campanha do time paranaense como visitante (16,67% de aproveitamento) só é superior às de Grêmio (6,25%), Bahia (8,33%), Atlético-PR (13,73%) e Juventude (15,69%). É idêntica, inclusive, a do vice-lanterna Fluminense.

Após 16 jogos fora, o Paraná só obteve duas vitórias – sobre Vasco e Vitória – e dois empates – frente a Santos e Fluminense -, mas já computou 12 derrotas. Como ainda tem pela frente mais 13 jogos, se não modificar seu biorritmo, o Tricolor terminará o Brasileirão mais uma vez como “figurante”. A tabela prevê sete jogos fora, a começar pelo próximo compromisso (Flamengo, no Maracanã), e seis em casa. Numa projeção, o clube somaria mais 12 pontos jogando em seus domínios e de 3 a 4 longe de sua torcida.

Esse total de pontos não seria suficiente para levar o Paraná à Copa Sul-Americana. Na 15.ª colocação, hoje, o Tricolor precisa – para garantir um calendário mais rentável em 2004 – tirar a diferença para os cinco clubes imediatamente à sua frente. Quatro pontos o separam do Corinthians (10.º colocado), posição suficiente para assegurar vaga na competição internacional, já que São Paulo e Cruzeiro entram como líderes do ranking da Conmebol.

Para não precisar mudar o discurso do início da temporada – afirmavam que neste ano o clube não correria riscos e ficaria entre os oito primeiros -, o Paraná terá que rever seus conceitos fora de casa, conquistar vitórias e chegar aos 65 pontos, aproximadamente. Vale lembrar, ainda, que nestes confrontos, o Paraná ainda terá pela frente, em Curitiba, o favorito ao título Cruzeiro e o Internacional. Fora de casa, o Tricolor ainda enfrenta Atlético Mineiro e Criciúma, que lutam por uma vaga na Libertadores.

Tricolor estréia hoje na Copa Sesquicentenário

O Paraná Clube estréia hoje na Copa Sesquicentenário, enfrentando o Malutrom, às 15h30, na Vila Olímpica, expondo seus jogadores jovens e alguns profissionais que não estão atuando como titulares no time principal. O time-base, dirigido por Ari Marques, é formado na sua maioria por jogadores juniores que estão disputando o estadual da categoria, além de Fábio Braz, César Romero, Juliano e Éverton (que treinam com o profissional), além de Cazaroto, um zagueiro que está sendo preparado para o próximo ano. Os ingressos custam 3,00.

Malutrom

Para o Malutrom, este será o segundo jogo. Os jogadores tiveram um breve espaço de folga no domingo, e ontem à tarde retornaram para a reapresentação e logo após, a concentração. Para o técnico Mauro Madureira não há mistério em sua equipe. Ele deverá continuar escalando o mesmo time, mesclando jogadores das categorias de base.

Madureira conversou bastante com sua equipe e procurou encontrar as falhas da partida passada, quando o Malutrom, na estréia, foi vencido por 3 x 2 pelo Coritiba. Mesmo que o técnico do Malita tenha concluído que “a apresentação foi boa diante da equipe coxa-branca, um detalhe ou outro sempre escapa, e para isso melhorarmos treinamos firme novamente durante toda a semana, e vamos procurar também o resultado positivo desta vez, tentando os três pontos”.

Depois deste jogo contra o Paraná Clube, o Malutrom vai folgar no domingo, pela terceira rodada da competição, e no dia 12 retorna ao Xingu, o Estádio Municipal do Pinhão, em São José dos Pinhais, para atuar contra o Rio Branco de Paranaguá. A provável equipe para a partida de hoje deverá ter Rodrigão; Willian, Ernandes, Leonardo e Emerson Conceição; Dirceu, Iverton, Neto e Juarez; Mikael e Léo. A arbitragem será de Carlos Jack Rodrigues Magno.

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