Pelé é o primeiro curitibano reconhecido no MMA

Pelé vai pra Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, disposto a mostrar que mesmo envelhecido um rei pode manter a habilidade conquistada especialmente com os pés. Não se trata de Edson Arantes do Nascimento, mas sim de José Landi Jons, primeiro grande lutador de renome internacional no MMA (Artes Marciais Mistas) formado em Curitiba, que se prepara para enfrentar o europeu Jevgeniy Mahteenko, no dia 2 de novembro.

O duelo marcará o retorno de Pelé Landi Jons, atualmente com 39 anos, ao Oriente Médio, onde obteve uma das vitórias mais importantes de sua carreira. Em 2001, no Kuwait, o lutador cubano-brasileiro levou a melhor contra o norte-americano Matt Hughs, desafeto que em seu currículo tem dois títulos de campeão do Ultimate Fighting Championship (UFC). “Vou fazer minha festa. Não só tenho que ganhar, eu tenho que lutar bem. Estou entrando no circuito”, conta sobre o próximo duelo, válido pelo Abu Dhabi Warrior Fighting Championship.

A frase de Pelé detalha um pouco da trajetória do primeiro “Rei do Vale-Tudo paranaense”, que conquistou espaço também para outros sucessores em grandes competições. Especialmente pela primeira conquista fora do país, em 2000, quando Landi Jons venceu outro campeão do Ultimate Fighting Championship, o norte-americano Pat Miletich.

Tal êxito tornou Pelé Landi Jons o primeiro lutador da capital reconhecido internacionalmente. “Logo após isso, Wanderlei (Silva) ganhou direito de ir ao UFC (do mesmo ano). Abriu as portas. A gente já tinha esse objetivo de mostrar Curitiba pro mundo. Hoje em dia ela está no mapa do MMA”, recorda.

Pelé também é um dos responsáveis pela ascensão do MMA curitibano em território local. Em 1993, após desentendimento com capoeiristas, foi proposto um desafio entre atletas da modalidade contra lutadores de Muay Thai da Chute Boxe. “Ganhamos as cinco (lutas). Fomos criando fama até dominar tudo”, conta ele, sobre seu primeiro combate de “Vale Tudo”, que posteriormente ganhou novas regras e passou a ser chamado de Artes Marciais Mistas.

Diante de um oponente mais jovem, com 25 anos, Pelé pretende fazer valer sua experiência. “Sou uma máquina, me sinto muito forte e preparado”, destaca o atleta, que nos últimos dias deu ênfase nos treinamentos de Boxe, Jiu-Jitsu e Muay Thai.

Pra Pelé, esta é a “era dos strikers”

Primeiro lutador de renome internacional no MMA formado em Curitiba, Pelé Landi Jons analisou o momento atual das lutas. Para o atleta, a modalidade está “globalizada” e o perfil dos competidores é outro em relação aos velhos tempos. Por isso, é necessário trabalhar pelo surgimento de novos nomes que possam “revolucionar” pela atuação nos octógonos.

Uma das situações analisadas por Pelé se refere aos lutadores não terem mais vínculos com as academias que os formaram. “Os valores realmente são outros do que vejo hoje”, conta ele, afirmando que mesmo nos tempos em que optou por montar sua própria equipe de MMA, garante ter mantido o respeito pelo grão-mestre da Chute Boxe Rudimar Fedrigo. “Sempre deixei isso bem dito, que ele era meu mestre”.

Landi Jons conta que de certa forma se adaptou à “globalização”. Treina Jiu-Jitsu também na Gracie Barra, Boxe com Edson Foreman e tem sua própria academia de Muay Thai – a Pelé Team. Afirma, porém, que novamente estreitou sua relação com a Chute Boxe, academia que o revelou. Pretende inclusive representar todas essas equipes em sua próxima luta, em Abu Dhabi. De acordo com o lutador, depois dos grandes tempos de modalidades como Jiu-Jitsu, principalmente na “era Gracie”, o MMA passa pela “era dos strikers”, como são chamados os lutadores que dão preferência por lutas em pé.

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