Paulo Campos deve deixar o Paraná Clube

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Campos: briga por título.

Tom de despedida? Ainda não, mas o técnico Paulo Campos não negou a real possibilidade de não permanecer no comando do Paraná Clube para a temporada 2005. Focado nas duas últimas partidas do Brasileirão, deixou claro que mesmo tendo contrato até o término do próximo campeonato estadual já admite "buscar novos ares" a partir de janeiro. Proposta oficial? Apenas uma e do mundo árabe (do Catar, onde já atuou recentemente). O treinador admite que a oferta o "balançou", mas completa dizendo que o objetivo é permanecer no Brasil.

"O momento é de valorização profissional. Mas, como gostaria de ficar, estou empurrando com a barriga a resposta ao Catar", disse. Essa valorização não se resume a questões financeiras. O que Paulo Campos pretende é ter a condição de crescer profissionalmente, disputando títulos e objetivos mais nobres do que a simples fuga do rebaixamento. "Não é preciso aumentar salário, mas sim a ambição", explicou. O técnico foi direto ao afirmar que se objetivo for apenas brigar para não cair, está fora. "Quero um planejamento que nos permita buscar títulos", disse.

Nos dois dias em que esteve participando do 1.º Fórum Internacional de Futebol, Paulo Campos conversou longamente com o amigo Vanderlei Luxemburgo. Mostra que voltar a trabalhar com o atual técnico do Santos não seria um retrocesso na sua carreira. Essa questão pode até evoluir, caso Luxemburgo assuma o Corinthians na próxima temporada. Quanto a possível interesse de clubes cariocas, Paulo Campos foi taxativo: "não houve nada".

O treinador, em entrevistas durante o evento, ressaltou que o Rio de Janeiro precisa se profissionalizar. "Gostaria de aliar a ginga do jogador carioca ao profissionalismo dos atletas do Sul. Foi um comentário simples, mas que não tem nada a ver com uma proposta ou até mesmo uma sondagem." O treinador diz ter ficado envaidecido com a lembrança de seu nome, após ter disputado seu primeiro campeonato nacional.

"Devo isso ao grupo. Já agradeci, inclusive, o fato de estes jogadores terem me proporcionado o momento ímpar de participar deste congresso", comentou. Livre do rebaixamento, Paulo Campos pôde se ausentar de dois dias de treinamentos e apenas ontem comandou o primeiro treino tático da semana. Mesmo sem risco de descenso, a comissão técnica não "afrouxou" nas cobranças. A concentração para o jogo frente ao Fluminense começou ontem à noite, seguindo a rotina das últimas rodadas do Brasileirão. A diretoria, indagada sobre o assunto, disse saber que hoje, Paulo Campos está valorizado, mas que objetivo é renovar já o contrato do treinador também para o campeonato nacional do ano que vem.

Racha nos 13 é ruim para clube

"A situação, hoje, é muito ruim." Desta forma o presidente José Carlos de Miranda resumiu a condição do Paraná Clube ante o impasse envolvendo o Clube dos 13. Sem cota definida, o Tricolor terá que trabalhar, como em anos anteriores, com estimativas. "Nos passaram que haveria um aumento médio de 30%, mas isso é oficioso", comentou José Domingos. Contrários à política do Clube dos 13, os dirigentes tricolores não confirmaram que o clube aderiria a nova associação.

"Ouvimos comentários, mas tudo está muito superficial. Se houver uma nova entidade, precisamos primeiro conhecer seus propósitos para então expor a situação ao restante da diretoria", explicou Miranda, que não vai incorrer em erros do passado. "Tivemos, há alguns anos, a possibilidade de entrar no Clube dos 13, mas optamos por outro caminho e acabamos isolados", lembrou o presidente paranista. Isso ocorreu na gestão de Ernani Buchman, quando o Paraná associou-se à Abracef, então comandada por Mário Celso Petraglia e Paulo Carneiro, presidentes de Atlético-PR e Vitória, hoje dissidentes do Clube dos 13.

De concreto, o Paraná sabe apenas que o valor destinado às agremiações que não integram o Clube dos 13 será dividido por um número maior de participantes. A menos que Criciúma e Paysandu não consigam escapar do descenso. Em 2004, sete clubes formavam o grupo "menor" na divisão das cotas. Com a ascensão do Brasiliense, este número sobe para oito, sendo que Avaí e Fortaleza ainda brigam pela última vaga. "Não sei se teremos uma nova união. Só sei que devemos ficar no lado que for mais democrático", disse Miranda.

Parceria foi renovada por mais um ano

O primeiro passo para a manutenção de um elenco de qualidade foi dado ontem pela manhã. A diretoria tricolor esteve reunida com o empresário Sérgio Malucelli e a pareceria está mantida para a temporada 2005. "Foi a melhor reunião desde que iniciamos esta sociedade", resumiu o presidente José Carlos de Miranda. A permanência do clube na Série A do Brasileiro foi o fator decisivo para o novo acordo, que se estende também a outros empresários já ligados a Malucelli e ao clube.

"Temos, agora, a certeza de que praticamente todos os jogadores do grupo vão permanecer no Paraná", disse Miranda. Segundo o dirigente, eventuais saídas só ocorrerão no caso de propostas significativas – possivelmente do exterior. Dentre os jogadores ligados aos empresários, apenas o atacante Galvão deve ser negociado. Na transação, 20% do valor ficará com o Tricolor, que colocou o atleta na vitrine do Brasileirão.

Como nos primeiros meses há o campeonato paranaense, menos rentável que o nacional, o clube também busca aporte financeiro dos parceiros comerciais, evitando o que ocorreu este ano. "Tivemos que disputar o estadual com um time muito jovem e passamos por um sufoco. Agora, temos que começar o ano com uma equipe já constituída e competitiva, pensando no título paranaense", comentou o vice de futebol José Domingos.

Além de Malucelli, outros três empresários têm jogadores no Paraná. Todos têm estreito relacionamento com Malucelli e por isso a parceria se estende também a Vágner Ribeiro, Odário Durães e Iko Martins. "Faremos alguns ajustes, mas a maioria do atual elenco permanecerá e assim a comissão técnica poderá trabalhar com maior tranqüilidade", disse Miranda. "Com este acordo firmado, agora é buscar as renovação com os atletas para que tudo esteja acertado até o dia 20, quando começam as férias", finalizou José Domingos.

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