Passarella só aceita Timão com autonomia

São Paulo – Daniel Passarella só aceita vir ao Corinthians, em substituição a Tite, demitido na segunda, se tiver total autonomia para comandar e montar a equipe. O treinador argentino conversou durante todo a terça com o iraniano Kia Joorabchian e insistiu não só em um altíssimo salário como também neste ponto: se recebesse a garantia de que não haveria interferência em seu trabalho, admitiria aceitar o cargo – até o fechamento desta edição, não havia dado a resposta à contraproposta da MSI.

A exigência de Passarella se justifica após o episódio que teria servido como decisivo na demissão do antigo técnico. Após a derrota para o São Paulo, o iraniano entrou nos vestiários do time alterado, bravo com a atuação da equipe. Teria feito reclamações, em inglês, a Paulo Angioni, diretor da MSI. O dirigente tentou acalmá-lo, mas a rispidez do executivo acabou chamando a atenção dos jogadores. Tite se sentiu ofendido, pediu (em português) calma ao novo homem forte do clube e acabaram discutindo.

Especulou-se que Kia teria ficado irritado por Carlos Tevez não ter sido o escolhido para cobrar o pênalti desperdiçado pelo lateral Coelho, que empataria o clássico do Morumbi. Angioni e o diretor de Futebol, Andres Sanchez, negam esta versão. "Vocês que conhecem futebol sabem que quem treina é quem bate" disse Sanches.

O ex-zagueiro Passarella não tem o perfil de quem aceitaria tal suposta ingerência em seu trabalho. É considerado chato, implicante e ranzinza pelos jornalistas de seu país.

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