A Associação Brasileira de Desportos para Cegos (ABDC) realizou uma homenagem especial ao paranaense Mário Sérgio Fontes, campeão paraolímpico como supervisor da equipe que trouxe para o Brasil, de Atenas, o ouro no futebol para cinco, modalidade semelhante ao futsal, que é praticada com bola com guiso.
Mário virou nome de uma comenda (Mérito Esportivo), a qual é entregue, pela entidade, às personalidades que ajudam a desenvolver o paradesporto em diversos níveis e atividades. A comenda teve seu lançamento realizado na última quinta-feira, em paralelo ao lançamento dos Jogos Pan-Americanos para Portadores de Deficiência Física.
A homenagem é justa. Afinal, foi de Mário a idéia de levar o futebol para o páradesporto e o feito ocorreu ainda na década de 1970, quando ele foi participar de uma competição no México, levou uma bola com guiso e a apresentou a outros desportistas cegos. A vontade de jogar bola falou mais alto que as dificuldades e o futebol virou modalidade paraolímpica, ganhando inclusive aval da IBSA (International Blind Sports Association).
Ainda na década de 90, mais precisamente em 1994, Mário, ao lado do paranaense Roberto Canto, desenvolveu um novo tipo de bola com guiso, modelo elaborado dentro do projeto Pintando a Liberdade, que teve início nos institutos prisionais do Paraná, e hoje está espalhado pelo Brasil, encampado pelo Ministério do Desporto, o qual produz bolas de todos os tipos.
Um dos modelos, no entanto, foi desenvolvido por Canto e Fontes, uma bola com guiso que hoje é a oficial, indicada pela IBSA, para as competições de guiso. Foi esta a razão de Canto, ser um dos agraciados com a Comenda Mário Sérgio Fontes, na última quinta-feira.