"Eu fico!"

Rubens Bohlen não renuncia e segue no Tricolor até o final

Como era esperado, o presidente Rubens Bohlen não renunciou ao cargo no Paraná. Em reunião na sede social da Kennedy, o mandatário paranista não cedeu à pressão do Conselho Consultivo e decidiu aguentar o isolamento no clube até o final do mandato, em dezembro. As eleições acontecem em setembro.

O encontro durou mais de quatro horas. Entre ex-presidentes do clube, Conselho Deliberativo e Fiscal (permanentes), além de dez membros indicados e os dois vice-presidentes, o aporte oferecido em troca da saída do atual presidente foi negado.

Bohlen, durante a conversa, afirmou que aceita a ajuda de R$ 4 milhões do grupo ‘Paranistas do Bem’, mas que não iria sair da alta cúpula tricolor. Sua resistência desagradou aos presentes, como Carlos Werner e Leonardo Oliveira, dois dos líderes do movimento. Ambos, que renunciaram a administração do CT Ninho da Gralha no início da semana passada, vão se afastar definitivamente do clube.

A maior indignação foi em relação ao futuro, mais especificamente nesta temporada. Com a ausência de dinheiro em caixa, cotas da televisão adiantadas e sem perspectiva de um aporte financeiro em breve, o Paraná correrá sérios riscos na disputa da Série B. O temor é a queda para a Série C, que é considerada como um desastre e passível de ‘fechar as portas’.

Conforme o novo regulamento divulgado pela CBF, os times que atrasarem salários podem perder pontos na competição. Batizada de ‘Fair Play Trabalhista’, a denúncia pode ser feita pelo jogador, que também pode constituir um advogado ou denunciar ao STJD através do sindicato. A dívida deve ser de, pelo menos, 30 dias. Se for comprovada, o clube terá 15 dias para pagar. Caso contrário, perde três pontos cada vez que entrar em campo.

Como é frequente, o presidente do Paraná fez apenas promessas. Há cerca de quatro meses, informou aos conselheiros que teria uma ‘carta na manga’ para desafogar a crise financeira. Repetiu o discurso ontem à noite. Mas, de fato, não apresentou nada concreto.

“O presidente, ao não aceitar a proposta do grupo, assumiu um compromisso pessoal de trazer soluções aos graves problemas que o clube enfrenta”, afirmou Benedito Barboza, presidente do Conselho Consultivo. “Desejamos sucesso”, simplificou Werner. A esperança da ‘oposição’ é que o desgaste faça com que Bohlen não suporte a pressão e, até o final do Paranaense, ceda e entregue o cargo.