Paredão tricolor

Richard supera desconfiança inicial pra se tornar referência no Paraná Clube

34 jogos, 26 gols sofridos e defesas fundamentais para o acesso. Richard fez todos no Paraná Clube esquecerem Léo e se tornou peça fundamental no time. Foto: Albari Rosa

Quando o goleiro Léo sofreu uma fratura na face, no final de maio, a torcida do Paraná Clube ficou bem preocupada. Não era para menos. Afinal, o camisa 1 vinha sendo o paredão paranista. Em 24 jogos, o arqueiro havia sofrido apenas nove gols, uma média excelente para qualquer jogador da posição. Sem contar as atuações seguras do atleta.

Mas, assim que Léo foi diagnosticado com a lesão, na derrota por 2×0 para o Atlético-MG, na Copa do Brasil, a diretoria paranista foi atrás de uma peça de reposição e no dia seguinte anunciou Richard, que havia feito um bom Campeonato Paulista pelo Água Santa. E menos de uma semana depois ele já fazia sua estreia pelo Paraná Clube, no empate em 1×1 com o Londrina, no Estádio do Café.

Depois de um começo irregular, com boas defesas, mas sofrendo oito gols nos primeiros nove jogos, o jogador de 26 anos se firmou, virou um dos pilares do acesso do Tricolor e fez a torcida esquecer Léo. No total, foram 34 partidas e apenas 26 gols sofridos. Neste período, defesas fundamentais para que o time terminasse no G4.

Para ficar entre as mais recentes – e mais decisivas nos últimos jogos -, estão o chute no ângulo de Alan Mineiro, na vitória por 1×0 sobre o Vila Nova, na Vila Capanema, quando o placar ainda estava 0x0, e no jogo do acesso, na vitória por 1×0 sobre o CRB, em Alagoas, quando Diego chutou forte e o goleiro conseguiu espalmar.

Porém, até chegar nestes duelos, Richard já havia conquistado a confiança da torcida, sendo sempre um dos mais ovacionados, e também da diretoria. Tanto que ele e o meia Renatinho são os dois principais focos do clube para renovar contrato para o ano que vem.

Renovação

Aos 26 anos, Richard se firmou no Tricolor e ganhou grande chance na carreira. Foto: Albari Rosa
Aos 26 anos, Richard se firmou no Tricolor e ganhou grande chance na carreira. Foto: Albari Rosa

O acordo com o Tricolor acabou ontem, mas a negociação com o Água Santa está bem encaminhada desde a semana passada e provavelmente o camisa 1 permanecerá em 2018. Principalmente se depender da vontade dele próprio.

“Agradeço muito a oportunidade que me foi dada. Vim do Água Santa, um time menor, uma equipe que dá toda tranquilidade de trabalho. Eles me ajudaram muito a chegar aqui, assim como o Pastana (Rodrigo, executivo de futebol) e toda a diretoria. Quero ficar e disputar a Série A aqui”, reforçou Richard, na festa do acesso na Vila Capanema.

A forte ligação entre ele e o Paraná também pode pesar neste acerto. Aos 26 anos, o goleiro revelado pelo São Paulo e com passagens por União São João, América-SP, Paulista, Rio Claro e Operário, encontrou no Tricolor a estabilidade para trabalhar. Desde que chegou, ficou de fora apenas em dois jogos, um por suspensão e o outro por lesão. Além disso, viu no ídolo paranista Marcos uma referência para crescer na carreira.

Confira quem pode ficar e quem pode sair do Tricolor

O goleiro virou uma espécie de ‘discípulo’ do agora aposentado Marcos. Os dois criaram um forte vínculo, a ponto de Richard ter entregue a placa de homenagem ao lado do presidente Leonardo Oliveira ao ex-goleiro no jogo de despedida, no empate em 1×1 com o Boa Esporte, no Couto Pereira.

Se Richard terá condições de assumir esta ‘idolatria’, só o tempo irá dizer. O primeiro passo já foi dado. Agora, resta saber o futuro dele. E disputar a Série A pode ser um caminho.