Cadê a grana?

Paraná Clube vive situação crítica com atrasos de salários e pouca perspectiva pra 2020

Alex Brasil ainda não sabe se vai permanecer no clube. Foto: Albari Rosa.

Com o término e a permanência na Série B, o Paraná Clube tem que pensar em 2020, mas ainda precisa resolver as pendências deste ano. A diretoria procura recursos para pagar salários atrasados e projetar a próxima temporada.

“Não tem nada definido. Quando a gente fala de ciclo, de fechar uma conta para abrir outra, a nossa vontade é resolver o quanto antes. Algumas coisas estão sendo resolvidas internamente para depois passar para vocês”, declarou o executivo de futebol, Alex Brasil.

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O dirigente foi vago e não especificou os temas, mas o principal é conhecido: salários atrasados. O clube deve os meses de setembro e outubro para o elenco. Há jogadores que não receberam agosto. Além disso, o Tricolor ainda tem que pagar novembro, dezembro, 13º e férias, que ainda não venceram.

A situação, de acordo com a apuração da reportagem, é crítica. Os jogadores receberam a informação que o clube ainda não sabe de onde vai tirar recursos para o pagamento dos débitos salariais. Há somente a promessa de pagamento neste mês para as festas de final de ano, mas ninguém especificou quantos meses. A expectativa mais realista é de apenas um mês.

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Em janeiro, o clube espera ter um pouco de alívio. Para o início de 2020 está programado o pagamento da segunda parcela da venda do volante Jhonny Lucas para o Sint-Truidense, da Bélgica. A primeira foi paga em agosto. O jogador foi vendido por 2,3 milhões de euros (R$ 10,3 milhões, na cotação atual).

Esse recurso, contudo, está longe de resolver o problema de caixa financeiro. O Estadual, até agora, não tem acordo com nenhuma emissora de televisão. Mesmo que haja um acerto, a quantia será pequena. Os valores atuais de patrocínios na camisa também são baixos.

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Assim, a esperança paranista tem que ser a Copa do Brasil, competição que se mostra mais rentável. Neste ano, o Tricolor caiu na segunda fase nos pênaltis para o Londrina e arrecadou apenas R$ 1,1 milhão (R$ 525 mil pela participação e mais R$ 625 mil por ter chego à segunda eliminatória). Se avançasse, receberia mais R$ 1,1 milhão. A terceira e quarta fase pagam R$ 1,4 milhão e R$ 1,8 milhão, respectivamente.

Uma alternativa que também pode render algum retorno para os cofres é a exposição de atletas. A direção estuda emprestar alguns jogadores com contratos para mercados mais atrativos. Se forem bem, podem ser negociados. Se não chegarem a esse ponto, retornam com mais experiência.

Paralelo a tudo isso, o presidente Leonardo Oliveira, abandonado na cúpula, ainda tem que resolver o comando técnico: manter Matheus Costa, que teve seu contrato encerrado no último sábado (30), ou procurar nomes no mercado. O executivo Alex Brasil, que tem vínculo até o fim do Estadual, não confirmou que fica no clube.