Decepção

Empate amargo transforma acesso do Paraná em sonho bem distante

Fernando Karanga festeja seu gol. Estava tudo perfeito até ali. Mas depois o Paraná apagou e teve que correr para salvar um empate. Foto: Alê Vianna/Estadão Conteúdo
Fernando Karanga festeja seu gol. Estava tudo perfeito até ali. Mas depois o Paraná apagou e teve que correr para salvar um empate. Foto: Alê Vianna/Estadão Conteúdo

Um filme triste estava passando na cabeça do torcedor do Paraná Clube. Igual ao visto em Criciúma, quando o time abriu vantagem e acabou derrotado de virada no finalzinho da partida. Sábado só não foi assim porque Lúcio Flávio fez seu segundo gol seguido em momentos decisivos e garantiu o empate com o Oeste em 3×3. Mas a animação vinda da recuperação contra o Sampaio Corrêa e que virou empolgação após abrir 2×0 em Osasco virou a mais dura realidade – neste momento da Série B, há pouco a pensar senão fugir do rebaixamento.

Se vencesse o jogo, o que poderia ter acontecido (claro, o Tricolor abriu 2×0), o Paraná iria a 32 pontos, se estabilizaria no meio da tabela e, com uma boa arrancada, poderia até voltar a sonhar com o acesso para a primeira divisão. O empate conseguido a duras penas deixou o time com 30 pontos, longe da zona de rebaixamento, mas mais longe ainda do G4.

Para atingir o tal “número mágico” para não correr risco de degola, de 45 pontos, faltam cinco vitórias em quinze jogos. Convenhamos, um objetivo bem plausível para a atual campanha, mas um rendimento tímido para quem sonhou até recentemente com o acesso. Já para chegar na parte de cima da tabela, para atingir pelo menos 64 pontos, seriam necessários conquistar 34 pontos dos próximos 45, aproveitamento de 75%, maior do que o do Vasco, atual líder da Segundona.

E a partida de sábado mostrou todos os acertos e defeitos do Paraná em 2016. Se fosse necessário resumir todos em uma palavra, seria instabilidade. Contra um adversário conhecido, o Oeste de Fernando Diniz, sabendo que a grande virtude da equipe (seu toque de bola) poderia ser seu grande problema (como se viu no empate de Lúcio Flávio), o Paraná soube jogar, abriu vantagem, mas simplesmente ‘apagou’, levando três gols em dezesseis minutos.

Aí foi preciso um esforço acima do normal para recuperar o ânimo e partir para o empate, que só veio no apagar das luzes. Uma ducha de água fria bem definida pelo técnico Marcelo Martelotte. “Foi um empate que nenhuma das equipes comemorou”, disse, ainda no estádio José Liberatti. Para o Tricolor, um sinal talvez muito precoce de que 2016 esteja terminando, e que pensar em 2017 seja o caminho mais correto a partir de agora.