Corte de custos

Bom, barato e base: a cara do Paraná Clube pra próxima temporada

Garotos do sub-17 devem ser bastante utilizados no Campeonato Paranaense. Foto: Henry Milléo

A nova diretoria de futebol do Paraná, formada por Rodrigo Pastana e Tcheco, trabalha desde a semana passada para montar o elenco do Tricolor para 2017. A tarefa é das mais difíceis que existem no futebol, a coisa mais importante entre as menos importantes da nossa vidinha cotidiana. E é ainda mais difícil em se tratando de Paraná Clube.

Assim como bater uma laje arranca litros de suor de um servente de pedreiro, cabelos se vão ou embranquecem na cabeça de diretores e gerentes de futebol de equipes Brasil a fora. Orçamento limitado – quase inexistente – assédio de outros times, contratações, dispensas e renovações. No caso paranista, via de regra, tudo se torna ainda mais complicado, afinal o histórico de bons negócios e salários em dia atingem diretamente nas negociações do Tricolor.

A recente decisão da Justiça do Trabalho que deu “passe livre” ao meia Nadson é um exemplo disso. O jogador conseguiu autorização para rescindir contrato e procurar outra equipe, já que o Paraná atrasou seus salários, direito de imagem e depósitos do FGTS.

A notícia veio em péssima hora, já que a diretoria tinha conseguido resgatar a fama de boa pagadora durante toda a temporada. Os salários se mantiveram em dia durante quase todo o ano, mas a falta de bons resultados e perspectivas, além de algumas questões internas de poder e manutenção de subsídios por parte do investidor Carlos Werner recolocaram o time no grupo de maus pagadores.

Para o próximo ano o Paraná se fia no bom nome construído por Rodrigo Pastana, responsável direto por montar o vitorioso time do Guarani, vice-campeão brasileiro da Série C, e novo responsável pelo departamento de futebol. Profissional novo no ramo, apesar de alguns anos de experiência, ele começou a apresentar resultados trazendo para seu lado alguns dos destaques do time campineiro neste ano.

Na semana passada o Paraná já confirmou a contratação do meia Alex Santana, de 21 anos, e pode confirmar o também meia Auremir, 25, que já atuou no Tricolor em 2014 e é outro que pode chegar nos próximos dias. Além de jogadores do Bugre – pelo menos outros três interessam – Pastana foca sua busca em rivais que o Guarani teve na Série C e que demonstraram potencial.

“A equipe terá um perfil competitivo, com jogadores de pouca expressão e muita ambição. Média de idade baixa, pela inclusão de oito garotos da base imediatamente ao elenco. Outra questão é o perfil dos profissionais que integrarão a comissão técnica. Em sua maioria, jovens experientes que executarão a nova filosofia de trabalho do clube, conceituada pelo futebol moderno que integra as várias especifidades no departamento de futebol”, explicou Pastana, à Tribuna.

Base

A contratação de Tcheco como gerente de futebol também vai ajudar na montagem do grupo. Além do bom nome que construiu como jogador, ele tem ótimo trânsito nos bastidores da bola e pode facilitar algumas negociações. A expertise do ex-jogador, inclusive, é vista com bons olhos na transição e melhor aproveitamento de jogadores das categorias de base.

O time sub-17 do Paraná, campeão estadual deste ano, deve servir a equipe principal com bons talentos. Os principais destaques deste time, junto com alguns atletas sub-19, terão mais uma oportunidade de mostrar potencial na disputa da Copa SP de Juniores. De lá devem sair ao menos cinco jogadores para compor o time de cima, entrando aos poucos para não queimar etapas.

Segundo o coordenador das categorias de base do clube, Mathias Lammers, a geração é valorosa e pode significar bom retorno esportivo em 2017. “Essa semana vamos nos reunir com o Pastana e o Tcheco para traçar o perfil do time principal e começar a entender de que formar a base será utilizada. Temos que ter cuidado para não queimar etapas. Os garotos não podem ser vistos como solução, mas sim como parte de um sistema organizado e que não queime etapas e jogadores”, disse à Tribuna.