Paraná tenta apressar a estréia dos reforços

Por mais que tentem dissimular – ou até admitir a realidade econômica do clube – nem dirigentes, nem integrantes da comissão técnica do Paraná Clube conseguem ocultar a evidente preocupação. Ainda que em uma fase de preparação e tendo o paranaense como laboratório, o “cartão de visita” do time foi preocupante. Salvo raras exceções, o Tricolor nem de longe mostrou algum sinal da equipe vibrante e competitiva do último Brasileirão.

Comparações são impossíveis, afinal, há somente um remanescente, o goleiro Flávio. A derrota para o Francisco Beltrão (1×0) gerou a primeira reunião de avaliação do grupo. O técnico Saulo de Freitas preferiu não criticar abertamente o elenco, limitando-se a dizer que o resultado foi normal para um time em formação e “recheado” de garotos das categorias de base, além de assegurar que taticamente o Paraná esteve bem. Como era de se esperar, evitou críticas ao grupo, visivelmente carente de qualidade.

A esperança é que jogadores mais experientes – e que estão aprimorando a forma física -resolvam o problema. São os casos do lateral-direito Alcir, do zagueiro Gélson Baresi e do meia Jean Carlo. Destes, somente Baresi pode ser aproveitado no clássico do próximo domingo. Só que a defesa, foi o único setor que se comportou relativamente bem em Beltrão. Fernando Lombardi e Juliano mostraram solidez, mesmo nos momentos em que o Paraná se abriu e ofereceu os contragolpes ao adversário.

Há urgência na escalação de Jean Carlo, que poderia dar mais equilíbrio ao meio-de-campo paranista. Wiliam, Éverton e Alex nada produziram no primeiro jogo do estadual e para piorar, o time exagerou nas ligações diretas, facilitando a ação dos defensores do Beltrão. O Paraná esbarra em um erro estratégico alertado por Saulo desde o início da temporada. Sem Fernando Miguel – em litígio com o clube e aguardando liminar da Justiça do Trabalho – e Pierre, o Tricolor perdeu a mobilidade à frente da zaga. Já nos treinos, havia essa constatação e Saulo vem pedindo não um, mas dois volantes.

Tentou improvisar João Paulo – pois Éverton César não rendeu o esperado – e até João Vitor esteve nos planos para executar essa função. Zagueiro de origem, João Paulo foi substituído ainda no intervalo. No papel, o time que inicia o paranaense-2004 é mais frágil que o da última edição do estadual. Na prática, ao menos pelo primeiro jogo, a teoria se confirmou. Saulo de Freitas terá muito trabalho pela frente e só dois dias para “arrumar a casa” visando o clássico deste domingo, contra o Coritiba. Se a idéia dos dirigentes é por à prova os garotos recém-promovidos dos juniores, o Tricolor corre o risco de se ver obrigado a dispensar muitos destes no meio do caminho.

Cadê a grana?

– Por mais que as carências se tornem evidentes a cada dia, a posição da diretoria continua a mesma: sem dinheiro não há como trazer reforços. O Paraná tenta trazer jogadores gratuitamente, apenas com o compromisso de pagar salários (sem luvas ou valor de empréstimo).

No mercado – O atacante Leonardo está sendo oferecido ao Tricolor. O jogador já teve passagem pela seleção brasileira, mas a negociação emperra em um ponto comum: falta de dinheiro.

Fase de ajustes – O meia-atacante Sidnei continua nos planos, mas a negociação com o empresário Oliveira Júnior ainda não foi fechada. Já o meia Athos, que segue em período de testes, pode ser aprovado e assinar contrato.

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