Paraná segue no inferno

O vento parecia soprar a favor do Paraná Clube ontem à noite, na partida contra o Botafogo, em Niterói. Com a torcida “jogando” contra o time carioca e o Tricolor afinado, a vitória parecia uma questão de tempo. Tanto é verdade que o time chegou a abrir dois gols de vantagem. Entretanto, o sonho de se afastar da zona de rebaixamento tornou-se pesadelo, sob a batuta do ex-treinador do Paraná, Paulo Afonso Bonamigo. Resultado: 4 a 3 contra o time de Paulo Campos, que terá apenas mais 14 jogos para se livrar do “inferno? do rebaixamento. Tarefa nada fácil.

Pior do que perder a partida, foi o modo como o revés aconteceu. Na primeira etapa de jogo, os botafoguenses jogavam sob apupos de seus torcedores, engrossados com os dois gols do Paraná. Envolvente, o Tricolor mandava no jogo, até que numa bobeada veio o primeiro gol do adversário, no fim da etapa inicial. Caio, que nada fizera até então, aproveitou-se de um rebote de Flávio e balançou a rede, dando a injeção de ânimo que o Fogão precisava. No primeiro minuto da segunda etapa, veio a calhar para o técnico Bonamigo, especialista em mexer com o grupo no intervalo dos jogos. A sacudida parece ter sido forte, pois o time carioca parecia outro no segundo tempo. Uma mudança da água para o vinho, proporcionalmente inversa no que diz respeito ao Paraná.

Apagado na etapa inicial, Schwenck voltou com outra disposição e se aproveitou de uma bobeada da defesa paranista para abrir o marcador. No agradecimento do gol, ergueu os dedos indicadores ao céu, como se pedisse aos deuses do futebol mais energia para decidir a partida. E foi atendido. Foi dele o toque para o gol de Ricardinho, o gol da virada, e dele também o último gol da equipe, que incendiou o Caio Martins e fez a torcida desvirar as faixas e se render aos aplausos. Na boca da galera, o hino do alvinegro.

Na metade do segundo tempo, o técnico Paulo Campos foi audacioso e colocou de uma só vez Marcel e Marcelo Passos no time, abrindo mão de um de seus volantes. A mudança deixou o time mais lutador e os mais otimistas até imaginaram, ao menos, um possível empate. Mas o máximo que o Paraná conseguiu foi marcar o terceiro, com Marcel, o que ao menos tirou o peso de uma goleada. O próximo compromisso do Tricolor, que passa a ser de vida ou morte, é contra o Vasco, na quarta-feira, para inauguração do novo estádio de Paranaguá.

CAMPEONATO BRASILEIRO
32.ª Rodada
Local: Caio Martins (Niterói).
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP).
Assistentes: Adriano Augusto Lucas (SP) e Vicente Romano Neto (SP).
Gols: Galvão aos 15, Canindé aos 33 e Caio aos 45 minutos do 1º tempo; Scwenck aos 7 e aos 42, Ricardinho aos 10 e Marcel aos 47 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Maranhão, Renatinho
Público pagante: 3.714
Renda: R$ 37.848

Botafogo 4 x 3 Paraná

Botafogo
Jefferson; Ruy, João Carlos, Gustavo e Renatinho; Fernando, Carlos Alberto (Tiago Xavier), Valdo e Almir (Ricardinho); Caio (Têti) e Schwenck. Técnico: Paulo Bonamigo.

Paraná
Flávio; Etto, Fernando Lombardi, João Paulo e Vicente; Axel, Éverton César (Marcel), Cristian e Canindé (Marquinhos); Maranhão (Marcelo Passos) e Galvão. Técnico: Paulo Campos.

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