Paraná não faz obrigação e só empata com o Guarani

Falar o quê? Por mais que o árbitro Leonardo Gaciba da Silva tenha atrapalhado, expulsando o volante Beto, o Paraná não fez nada nos noventa minutos do jogo de ontem contra o Guarani que justificasse uma lamentação por um mau resultado.

Em uma fraca atuação, principalmente dos jogadores do meio-campo e ataque, o tricolor não conseguiu passar pelo péssimo time do Guarani, que mesmo jogando com um a mais em boa parte do jogo não tentou a vitória. O resultado não poderia ser outro: um insosso 0x0, no Pinheirão.

“O resultado não teve gosto de nada.” A frase do goleiro Jean, do Guarani, foi lapidar, e resume como nenhuma outra poderia resumir a fraqueza técnica dos dois times, que com o empate seguem na zona de rebaixamento. Além disso, a perda de dois pontos dentro de casa representa uma ?derrota? para o tricolor. “Que m… Quer dizer, que droga”, falou, com franqueza, o armador Cristian, um dos poucos destaques da partida, ao lado do zagueiro Fernando Lombardi.

O jogo começou errado antes mesmo de seu início. Insuflados por imprensa e diretoria, que esperavam grande público, os torcedores foram ao Pinheirão. O problema foi a falta de ingressos – cerca de mil pessoas não conseguiam entrar nas arquibancadas quando o árbitro autorizou o começo da partida. Pior para a diretoria do tricolor, que poderia ter faturado mais e pode inclusive ter feito torcedores desistirem de ir ao campo para ajudar a equipe.

Dentro do gramado irregular do Pinheirão, pouco se viu de produtivo. A chance mais clara foi do Bugre, aproveitando a bobeada da defesa tricolor – mas, como se fosse a representação viva da partida, Harrison perdeu o gol livre, errando a bola. O Paraná tentava pressionar, mas errava passes, não tinha jogadas pelas laterais e sofria com o nervosismo dos jogadores, visivelmente pressionados pelo resultado e irritados com as desastradas declarações de Viola, que teria chamado os adversários do Guarani de “galinhas”. “Isso é coisa da imprensa marrom”, reclamou o veterano centroavante.

Ainda no primeiro tempo, a reclamação tricolor. Beto levou cartão amarelo, e dois minutos depois cometeu falta ?de jogo? em Harrison. Leonardo Gaciba aplicou o segundo amarelo e expulsou o volante do Paraná. “Daí a gente tem que acreditar em favorecimento para o Guarani. Como se expulsa um jogador por uma falta como essa? E é sempre com a gente, toda partida nós somos prejudicados”, atirou o técnico Paulo Campos.

Para arrumar a casa, ele sacou Maranhão e colocou João Vítor, isolando Galvão na frente. O atacante, que já estava mal, sumiu. Em uma tentativa ousada, o treinador paranista resolveu colocar quatro armadores: Marcel e Wiliam se juntaram a Cristian e Canindé. A tática não deu certo, e quem teve o controle tático da partida foi o Guarani, sem no entanto ameaçar o gol de Flávio. Com isso, a partida arrastou-se até o final sem lances de emoção, e sem qualquer possibilidade de mudança no placar. E o resultado não poderia ser outro: um 0x0 insosso no Pinheirão.

CAMPEONATO BRASILEIRO
PARANÁ 0X0 GUARANI

Paraná: Flávio; Etto, Fernando Lombardi, João Paulo (Wiliam) e Edinho; Beto, Éverton César, Cristian e Canindé; Maranhão (João Vítor) e Galvão (Marcel). Técnico: Gilson Kleina

Guarani: Jean; Dida, Carlinhos, João Leonardo e Patrick; Careca, Roberto, Aílton (Valdeir) e Harrison (Simão); Viola e Valdir Papel (Catatau). Técnico: Agnaldo Liz

Súmula
Local
: Pinheirão
Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva (RS)
Assistentes: Sérgio Buttes Cordeiro Filho (RS) e Marcos Viana Ibanez (RS)
Cartões amarelos: Beto, Wiliam (PR); Carlinhos, João Leonardo, Roberto, Patrick (GUA)
Cartões vermelhos: Beto e Patrick

Voltar ao topo