Renovação

Paraná mantém apenas 15% dos jogadores

Ano novo, time novo. O Paraná Clube – após uma temporada de fracassos -promove uma total reformulação do seu elenco. A mudança é profunda e confirmada pelos números. Apenas 15% dos atletas utilizados em 2008 estão nos planos para o ano que vem, percentual que pode cair dependendo de algumas transações em andamento. “Precisávamos dessa mudança, dessa oxigenação”, disse o técnico Paulo Comelli, à frente de projeto de reestruturação do grupo tricolor.

Visto como o responsável pela guinada do Paraná no segundo turno da Série B, o treinador assumiu a missão de preparar não apenas um novo time, mas uma base para ser utilizada nas próximas temporadas.

“Por isso, alguns jogadores estão chegando com contratos mais longos”, explicou Comelli, numa referência direta à dupla Kleber e Edimar, contrata junto ao Vitória da Conquista. “O Kleber já mostrou seu potencial. O Edimar é uma aposta minha, pois já o vi jogar no campeonato baiano.” Os dois assinaram contratos de três anos com o Tricolor.

Kleber, aliás, será um dos poucos remanescentes do time que a torcida viu em campo recentemente. Da equipe titular na reta final da Série B, apenas ele, Rodrigo Pimpão, Agenor e Murilo seguem na Vila Capanema. Isso porque apesar de a diretoria não confirmar, Giuliano deve mesmo deixar o clube logo após a disputa do Sul-Americano Sub-20, no mês de janeiro. A dupla Gre-Nal está na “briga” pela aquisição do atleta, que tem apenas 40% de seus direitos econômicos vinculados ao Paraná. A empresa de marketing esportivo Traffic detém os outros 60%.

Entra-e-sai

Na prática, o Tricolor lançou mão de nada menos do que 72 jogadores nas disputas de Paranaense, Copa do Brasil e Série B. Número exagerado e que acabou inflacionando o departamento de futebol. Afinal, o time foi montado e remontado diversas vezes, a cada oscilação nas competições e troca no comando técnico. Só neste ano, quatro comandos distintos estiveram à frente do Paraná (Saulo de Freitas, Paulo Bonamigo, Rogério Perrô e, por fim, Paulo Comelli). “Pecamos no planejamento e é isso que não pode se repetir”, frisa insistentemente o novo vice de futebol Márcio Villela.

Nesse entra-e-sai constante, o clube “queimou” garotos -utilizados apenas nas duas primeiras rodadas do estadual -, revelou poucos atletas de qualidade e viveu no fio da navalha, sob o risco constante de queda para a terceirona. No saldo final, dos 72 atletas que vestiram a camisa azul, vermelha e branca, 55 ou já deixaram o clube ou estão próximos disso. Até mesmo dentre os 17 “sobreviventes”, alguns podem seguir novos rumos. Até porque nesta lista há jogadores das categorias de base, como Leandro Guaragi, Douglas, Diego e Elvis, sendo que destes apenas Elvis estaria nos planos de Comelli.

Há ainda os casos de Goiano, Luís Henrique e Clênio, que passaram por cirurgias de joelho e só voltam aos gramados – se não houver imprevistos – entre o final de fevereiro e o início de março. Assim, o início de temporada será marcado por muitas caras novas e, no dia 24 de janeiro, os tricolores verão em campo, frente ao J.Malucelli, uma nova equipe, formada por alguns jogadores experientes e muitas apostas de Paulo Comelli.

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