Paraná Clube vence o Potosí e lidera grupo 5 da Libertadores

A atuação excepcional pedida por Zetti ainda não veio. Assim, as dificuldades apareceram, mas não na medida suficiente para anular a superioridade do Paraná Clube sobre o Real Potosí. Com gols no segundo tempo e inteira justiça, o Tricolor derrotou a equipe boliviana por 2 x 0, ontem, na Vila Capanema, e manteve-se na liderança do grupo 5 da Copa Libertadores, agora com seis pontos. É o primeiro time a emplacar duas vitórias na fase de grupos – e conseqüentemente, a ficar bem pertinho da vaga nas oitavas-de-final.

Ontem, desde o início o Tricolor mostrou disposição para definir a parada. Numa blitz impressionante, criou três chances claras de gol em menos de 5 minutos – na melhor delas, Dinelson deu lindo passe para Josiel, que chutou depois de se enroscar com o goleiro Burtovoy. A zaga boliviana afastou quase dentro do gol. Aos 11, Josiel cabeceou para as redes, mas o assistente assinalou um impedimento milimetricamente bem marcado.

Passado o susto, o Potosí conseguiu tocar melhor a bola e reduzir o abafa. Mas os paranistas, com marcação adiantada e atenta, tomavam a bola com facilidade e voltavam ao ataque. Os lances de perigo, porém, rarearam, tanto porque os paranistas se aproximavam pouco uns dos outros e exageravam nos lançamentos longos, como pelo excesso de passes errados no meio-campo.

Ainda assim, o Tricolor dominava completamente o jogo. Enquanto Flávio era praticamente um espectador, Burtovoy teve que se virar para pegar uma cabeçada potente de Josiel, aos 20, e um chute de canhota do mesmo atacante, que tirou a zaga e arrematou de dentro da área. A bola rondava a todo momento a área boliviana, mas o tricolores muitas vezes demoravam para chutar.

O segundo tempo começou, os minutos passavam e o jogo seguia na mesma toada – a pressão paranista teimava em não redundar em gol. O drama se aproximava, mas as coisas ficaram mais fáceis com a justa expulsão do meia do Potosí Marco Paz, aos 15 do segundo tempo.

Não demorou dois minutos e o torcedor paranista respirou aliviado. Dinelson recebeu no bico da área, cortou o zagueiro com a direita e soltou um tiro seco de canhota. A bola entrou no cantinho, sem chances para o goleiro: 1 x 0 e justiça no placar.

Mesmo com o gol, o Real Potosí não se arriscou no ataque e manteve-se totalmente encolhido. Tanto que Zetti se deu ao luxo de tirar um volante (Goiano) e colocar o meia-atacante Vinícius Pacheco. Mais tranqüilo, o Tricolor seguiu pressionando e o segundo gol foi questão de tempo: Dinelson cobrou escanteio, Daniel Marques ganhou de cabeça do defensor e colocou no canto, aos 27. Os 2 x 0 poderiam ser ampliados, mas o Tricolor preferiu não gastar forças e saiu, mais uma vez, de bem com a torcida.

Zetti destaca a paciência da equipe

A paciência foi a chave da vitória tricolor, na opinião de Zetti. O técnico paranista elogiou principalmente a calma e o desempenho defensivo de sua equipe no triunfo de 2 x 0 sobre o Real Potosí, ontem, na Vila Capanema.

O técnico, que antes da partida disse que ainda esperava uma exibição impecável, concordou que ontem o brilho não apareceu. ?Mas nos convencemos do nosso potencial. Foi um jogo de paciência, contra um time que veio para empatar, e a produção foi de acordo com a esperada?, falou o treinador, que viu certo nervosismo na primeira etapa, quando o time exagerou nas bolas alçadas à área boliviana.

Zetti também gostou da defesa, único setor a cuja atuação havia feito ressalvas depois da vitória por 4 x 2 sobre o Unión Maracaibo. ?Flávio teve muito pouco trabalho, ao contrário das outras partidas. A marcação e o posicionamento foram excelentes?, elogiou. ?O Zetti cobrou bastante as falhas nas bolas aéreas. Treinamos bastante e neutralizamos estas jogadas?, emendou Daniel Marques, autor do segundo gol.

Quem também vibrou foi Dinelson, que sacramentou a ótima fase com um gol e o passe preciso para outro. ?Fico feliz, mas é preciso manter o bom momento. Não adianta fazer um grande jogo e outro mais ou menos. Acho que fiz sete boas partidas e estou vivendo um começo maravilhoso no Paraná?, comemorou.

A maratona tricolor continua, mas com um tempo na Libertadores. O próximo compromisso pela competição continental é daqui a três semanas (14 de março), contra o Flamengo, na Vila Capanema. Até lá, o Paraná faz os seis jogos restantes pela fase de classificação do Estadual, a começar pelo Rio Branco, domingo, também na Vila. Nesta partida, Zetti deve novamente escalar a maioria dos titulares, depois da várias rodadas lançando somente reservas ou juniores.

Copa Libertadores 2007
2ª fase
Grupo 5 – 2ª rodada
Gols: Dinelson, aos 17 do 2º, e Daniel Marques, aos 27 do 2º
Local: Vila Capanema
Árbitro: Saúl Laverni (ARG)
Assistentes: Juan Pablo Pompei (ARG) e Ricardo Casas (ARG)
Cartões amarelos: Amador e Gatty Ribeiro (RP) Gerson, Daniel Marques, Beto e Egídio (P)
Cartão vermelho: Marco Paz (15-2º)
Renda: R$ 182.100,00
Público: 10.513 pagantes (Total: 11.531)

Paraná 2×0 Real Potosí

Paraná
Flávio; André Luiz, Daniel Marques, João Paulo e Egídio; Goiano (Vinícius Pacehco), Beto, Gerson e Dinelson (Joelson); Henrique (Xaves) e Josiel. Técnico: Zetti

Real Potosí
Burtovoy; Suárez, Rodríguez, Amador e Colque; Gatty Ribeiro, Marco Paz, Calustro e Peña; Edu Monteiro e Líder Paz (Brandan). Técnico: Félix Berdeja

Guarda-roupa todo bagunçado

A troca de material esportivo do Paraná Clube parece mesmo iminente. No jogo de ontem, a bagunça dominou o uniforme tricolor, mostrando que a fornecedora Joma parece ter desistido de vestir o clube.

No primeiro tempo, o Paraná entrou com camisa sem nenhum patrocínio. Depois do intervalo, quando as equipes normalmente trocam de uniforme, apareceu outra com a marca da empresa Embracon. Mas alguns jogadores, como o meia Dinelson e o lateral André Luiz, seguiam com a bicolor ?limpa?, destoando dos companheiros. Fora dos microfones, jogadores revelam ter sido orientados a não presentear amigos nem trocar de camisas com os adversários, pois não haveria número suficiente.

Para completar, o goleiro Flávio usou durante toda a partida uma camisa com logotipo da Penalty – justamente uma das empresas que negociam novo contrato com o Tricolor. A diretoria paranista já confirmou que estuda romper o contrato com a Joma e mudar de fornecedora.

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