Paraná Clube vence o clássico na estréia de Paulo Bonamigo

A aposta do Paraná deu resultado. Na reestréia do técnico Paulo Bonamigo, o Tricolor venceu o Coritiba por 1 a 0, ontem, na Vila Capanema, e chutou a crise para a casa do rival. Uma vitória conquistada na base da raça e com participação fundamental do novo comandante paranista.

O Paraná começou melhor, apostando nos ataques pelo lado esquerdo. A primeira chance de gol foi de Daniel Cruz, aos 7 minutos, que avançou em velocidade e chutou rasteiro. A bola passou raspando a trave, assustando o goleiro Edson Bastos.

Não demorou muito e o Coxa equilibrou o jogo. Aos 23, Marlos fez grande jogada e colocou Henrique Dias na cara do gol, mas o atacante bateu para fora. O Tricolor deu o troco com Léo, que passou por Renatinho e chutou da entrada da área. Edson Bastos espalmou.

Aos 32, foi a vez de Fabiano Heves evitar o gol alviverde. Douglas Silva mandou uma bomba de longe e o goleiro paranista se esticou todo para defender.

Ninguém estava satisfeito com o empate e as duas equipes voltaram do intervalo com alterações.

No Coxa, Dorival Júnior trocou Keirrison por Léo.

No Tricolor, saíram Leonardo Dagostini e Beto, pra as entradas de Jumar e Araújo.

No ataque

O Paraná ficou mais ofensivo e assustou a torcida coxa logo aos 4 minutos do 2.º tempo. Giuliano disputou jogada com o zagueiro Nenê e a bola sobrou para Jéfferson, que tocou para a rede. Mas o árbitro viu falta do meia tricolor e anulou o gol.

O time da Vila chegou com perigo mais uma vez aos 16. Após confusão na área, Giuliano conseguiu finalizar. A bola bateu em Jéci e por pouco não enganou Edson Bastos.

Pressionado, o Coxa mudou novamente.

Dorival Júnior tirou o garoto Renatinho, que não conseguia fugir da marcação, e colocou Pedro Ken. O time partiu para o ataque e, aos 29, Pedro Ken aproveitou uma saída errada do Tricolor e tocou para Henrique Dias, que chutou para o gol. Fabiano Heves defendeu.

O bom momento do Coritiba não durou muito. Aos 31 minutos, o zagueiro Nenê fez falta sobre Everton e recebeu o segundo cartão amarelo. A expulsão era o que faltava para o Tricolor tomar conta do jogo e, com um homem a menos, o Coxa não resistiu.

Aos 36, a zaga do Coxa cortou uma cobrança de escanteio, mas a bola caiu nos pés de Giuliano, que bateu forte de perna direita. A bola desviou no calcanhar de Jéfferson e matou o goleiro Edson Bastos.

Com o jogo decidido, os últimos minutos foram só de festa para a torcida tricolor. Com a vitória o Paraná ganha moral para uma arrancada no Campeonato Paranaense e a estréia na Copa do Brasil, na quarta-feira, contra o Trem, em Macapá (AP).

Ao Coxa, resta administrar a crise que já surge no horizonte do Alto da Glória. O time também larga na Copa do Brasil, diante da Tuna Luso, em Belém (PA), na quarta.

?Psicólogo?, Bonamigo divide mérito com antecessor

Foto: Ciciro Back
Técnico não escondeu a tensão no final do clássico: brios mexidos.

Exaltado pela vitória na estréia, o técnico Paulo Bonamigo manteve a humildade e não aceitou o papel de responsável pelo triunfo do Paraná no clássico. Preferiu dar os méritos aos jogadores e até mesmo a Saulo de Freitas, seu antecessor no comando do Tricolor.

?Eu acredito que tive uma parcela minha na parte motivacional. No restante, tenho que cumprimentar o Saulo e o Rosenau (Fabiano, antigo preparador físico).

Muitas vezes, você pega uma equipe desmontada física e tecnicamente, mas o Paraná já vinha com uma boa base?, elogiou Bonamigo.

O treinador, que assumiu o time na última quinta-feira e teve tempo para apenas dois treinos, exaltou também o espírito de superação do grupo paranista. ?Procurei trabalhar em cima daquilo que eu vi no DVD. O mais importante é que conseguimos mexer com os brios da equipe, que mostrou que tem alma?, ressaltou.

Para o zagueiro João Paulo, que reconquistou seu lugar com a chegada de Bonamigo, o time ganhou mais força com o novo comandante. ?Ele disse que o grupo é de qualidade e nos deu muita motivação pra o clássico. Deu seqüência ao trabalho do Saulo. Não implantou sua filosofia ainda. O mais importante foi a determinação dos jogadores?, avaliou.

O garoto Giuliano, que foi o destaque do clássico, criando as melhores jogadas do Tricolor e marcando o gol da vitória, já pensa no duelo contra o Trem-AP, na quarta-feira.

?Hoje começamos a escrever uma nova história para o Paraná. Esse resultado trouxe confiança para todos, mas agora temos que manter os pés no chão. Vamos nos aprimorar ainda mais, para estar bem na Copa do Brasil?, concluiu. (CM)

Coxas reclamam da atuação da arbitragem

Rodrigo Selll

Foto: Ciciro Back
Dorival Júnior foi à loucura na
beira do gramado e deu
trabalho pro quarto árbitro.

Segundo clássico perdido e muita choradeira nos vestiários do Coritiba. Para jogadores e o técnico Dorival Júnior, o árbitro Héber Roberto Lopes teve influência no resultado e acabou prejudicando o Alviverde com o cartão vermelho mostrado para Nenê e uma certa complacência com os jogadores do Paraná Clube.

?Justificar em cima da expulsão uma derrota passa a ser aquele choro de perdedor. Mas, com certeza, o lance não era para isso. O Marlos apanhou o jogo todo e, no momento em que o Héber me fez uma advertência, eu só cobrei dele porque o Beto já havia feito quatro faltas para cartão?, disse o treinador.

Segundo o zagueiro Jéci, a arbitragem estava bem até o lance da expulsão do defensor
do Coxa. ?Ele (Héber) estava bem na partida, mas o único lance que ele pecou foi na expulsão de Nenê. Foi uma falta normal de jogo. O Marlos apanhou o jogo todo, o pessoal não deixou ele jogar, segurando e dando pontapé e o árbitro não fez nada?, apontou o capitão do Coritiba. O goleiro Edson Bastos chegou a dizer que o árbitro compensou. ?Não é jogar a culpa no árbitro, mas ele tem que ter critério. Depois do lance do Nenê, em que ele anulou o gol, começou a dar faltinhas e a expulsão do Nenê foi para compensar?, acusou.

Nenê é expulso por Héber R. Lopes: lance gerou muita contestação.

De qualquer forma, os atletas se conformaram com mais essa derrota. ?Foi uma fatalidade o que aconteceu no gol. Um rebote, vacilamos, a bola espirrou, desviou em alguém e foi gol. É o futebol, clássico, vacilamos em alguns detalhes e acabamos perdendo o jogo?, disse o volante Rodrigo Mancha. Já Jéci acredita que o time está no caminho certo. ?Temos que sair de cabeça levantada, o Coritiba procurou o gol em todos os momentos, dando dinâmica, dando velocidade, tocando bem a bola, mas com um jogador a menos no clássico decide?, lamentou.

Mesmo assim, perder para o Atlético e para o Paraná deixa uma sensação de frustração para o treinador alviverde. ?Lógico que todos querem a vitória, mas deve-se avaliar a circunstância em que aconteceram. Dois clássicos que nós perdemos, dois jogos em igualdade de condição. O primeiro talvez merecendo um outro resultado, mas hoje (ontem) o jogo foi decidido numa sobra de bola quando tínhamos um homem a menos?, finalizou Júnior. Hoje, os atletas voltam ao CT da Graciosa para um trabalho regenerativo e amanhã embarcam para Belém onde na quarta-feira (às 21h30) enfrentam a Tuna Luso na estréia na Copa do Brasil.

PARANÁ 1 x 0 CORITIBA

Paraná ­ Fabiano Heves; Luís Henrique, João Paulo e Leonardo Dagostini (Jumar ­ int.); Goiano, Léo, Beto (Araújo ­ int.), Everton e Daniel Cruz; Giuliano e Jefferson (Massaro ­ 42? 2.º). Técnico: Paulo Bonamigo.

Coritiba ­ Edson Bastos; Gilberto Flores, Jéci, Nenê e Rubens Cardoso; Rodrigo Mancha, Douglas Silva, Renatinho (Pedro Ken ­ 16? 1.º) e Marlos (Veiga ­ 25? 2.º); Keirrison (Léo ­ int.) e Henrique Dias. Técnico: Dorival Júnior.

Gol: Giuliano, aos 36? do 2.º tempo.

Árbitro: Héber Roberto Lopes

Assistentes: Rubens Berton e Francisco Aurélio do Prado

Cartões amarelos: João Paulo, Beto, Daniel Cruz, Jefferson, Araújo, Massaro (P), Edson Bastos, Nenê e Marlos (C).

Cartão vermelho: Nenê (C), aos 31? do 2.º tempo.

Local: Durival Britto, em Curitiba

Público: 10.023 (9.586 pagantes)

Renda: R$ 79.790,00

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