Paraná Clube precisa de R$ 3 milhões para a Série B

Com o elenco para a Série B praticamente montado, o Paraná Clube agora tem o desafio de captar recursos para que chegue ao final da temporada sem uma nova crise financeira.

Na previsão do presidente Aquilino Romani, o Tricolor precisa de R$ 3 milhões para disputar a competição sem sobressaltos. Para atingir essa meta, a diretoria trabalha em várias frentes.

Uma delas é uma ação que o clube prepara junto à Fifa, para receber valores relativos à transferências de atletas que foram formados no clube. São os casos do zagueiro André Dias, do meia Éverton e do ala Wellington Baroni.

Estima-se que o sucesso neste processo poderá render ao clube algo em torno de R$ 800 mil, praticamente o valor que hoje o Paraná recebe de cota de TV por sua participação na Série B deste ano.

Segundo as regras da FIFA, um atleta que tenha passado por um clube entre os 12 e os 23 anos, é considerado formado por esse mesmo clube. O “mecanismo” ou “contribuição de solidariedade” previsto no artigo 21.º do regulamento estabelece que os clubes formadores recebam um percentual de todas as transferências internacionais envolvendo os seus antigos jogadores, até o final das respectivas carreiras (0,25% da transferência por cada ano de formação entre os 12 e os 15 anos; 0,5% por ano dos 16 aos 23).

O zagueiro André Dias, 30 anos, que conseguiu projeção nacional vestindo a camisa do São Paulo (onde foi tricampeão brasileiro), foi negociado no início do ano por R$ 6,5 milhões ao Lazio-ITA.

O jogador atuou no Paraná no começo da década passada (1999-2000) e teve uma saída tumultuada, via Justiça do Trabalho. Já o meia-atacante Éverton, 21 anos, foi negociado em 2008 com o Flamengo. Nesta temporada, foi negociado com o Tigres-MEX, numa transação estimada em R$ 10 milhões.

O caso mais curioso, porém, é do ala Wellington Baroni, 21 anos. O jogador teve pouquíssimas oportunidades no time titular do Paraná. No ano passado, chegou a disputar o Paranaense pelo Iguaçu, numa parceria entre os clubes.

Após a competição, foi dispensado pelo Tricolor. Logo depois, conseguiu transferência para o Espanyol (Espanha). Atualmente, disputa o campeonato grego pelo Panionios.

Segundo Aquilino Romani, esse dinheiro talvez não possa ser usado para cobrir o caixa da atual temporada, haja vista que o recebimento vai depender do sucesso da ação na Fifa.

“É uma questão que pode se arrastar por meses e nossa necessidade é imediata”, disse o presidente Aquilino Romani. Preferindo, tratar de situações mais palpáveis, o dirigente vem atuando diretamente junto à CBF e ao Clube dos 13.

Além disso, aposta no apoio da torcida, através das novas campanhas do SemPRe Torcedor e na união dos paranistas em torno do clube. “Sei que o que traz o torcedor ao estádio são os resultados, mas não posso admitir apenas dois mil sócios torcedores, enquanto Coritiba e Atlético têm quinze, vinte mil sócios”, cutucou o presidente.