Paraná Clube pode decidir seu futuro no jogo de hoje

Valquir Aureliano/O Estado

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Paulo Campos procurou direcionar todas as energias para este confronto.

O Paraná Clube fará da concentração sua principal arma no jogo desta tarde. A partida frente ao Atlético Mineiro – às 16h, no Pinheirão – é decisiva para a fuga do rebaixamento e, como vem ocorrendo há semanas, a comissão técnica deu especial atenção à cabeça dos atletas.

Paulo Campos acredita que o time que souber melhor administrar a pressão emocional que envolve a partida conseguirá a vitória. Derrota é sinônimo de desastre numa reta final para a definição dos clubes que se manterão na Série A do campeonato brasileiro.

O time foi definido pelo treinador antes mesmo dos treinos, apenas com a entrada de Cristian no lugar de Canindé, suspenso. A semana, porém, foi repleta de novidades. Houve treino secreto para despistar possíveis espiões, concentração antecipada e um trabalho específico do psicólogo Gilberto Gaertner. Tudo para aliviar a carga extra que os atletas levam para este jogo. Mesmo sabendo que todas as análises acabam focadas nas cinco rodadas finais, Paulo Campos procurou direcionar todas as energias para este confronto direto. "Não adianta pensarmos em futuros adversários. A bola da vez é o Atlético Mineiro. Vencer é preciso e nos preparamos para isso", afirmou o meia Cristian.

Quem não vive o dia-a-dia do tricolor pode até estranhar o alto astral do grupo. Enquanto outros clubes ameaçados pelo rebaixamento vivem momentos de crise interna, com discussões entre jogadores, cobranças descontroladas de dirigentes e até ameaça de agressão por torcedores, o Paraná segue sua rota por águas serenas. "É que confiamos no trabalho executado. Temos, nas últimas rodadas, média de pontos muito acima dos nossos rivais", lembrou o zagueiro Émerson. "Isso faz a diferença. Sentimos que o time está bem e com equilíbrio. Com pequenos ajustes, vamos atingir a meta", avisou.

No jogo de hoje, Paulo Campos quer ver transportada para dentro de campo toda essa empolgação. "O apoio do nosso torcedor será decisivo. Fizemos bons jogos fora de Curitiba, mas apenas um ponto foi conquistado. Então, não podemos vacilar jogando em nossa casa", disse. Recentemente, o treinador comentou que não acreditava em vitórias por larga margem de gols nas últimas rodadas. A dedução foi feita com base na aproximação do fim do campeonato, com a maioria dos times buscando título ou permanência na primeira divisão. Na última rodada, sua tese "foi por água abaixo", com muitas goleadas – só o placar de 6×1 foi registrado três vezes.

A resposta para isso, Paulo Campos tinha na ponta da língua. "É resultado da falta de equilíbrio de determinadas equipes." Para o treinador, o Paraná em momento algum, desde que reassumiu o comando do time, "saiu dos trilhos". "Vencemos de pouco, mas perdemos de pouco. Por isso, crescemos na tabela." Foram 22 pontos conquistados ao longo de catorze jogos. Se mantiver esse aproveitamento (52,38%), o tricolor se mantém na elite nacional. Projeções e calculadoras à parte, tudo passa por uma vitória sobre o Galo Mineiro.

Messias, arma de média distância

A utilização de cinco meias será uma constante até o término do Brasileirão. Pelo menos no que depender do técnico Paulo Campos, que espera contornar eventuais problemas de suspensões ou lesões com apenas uma "peça excedente". O treinador não esconde que conta com seis jogadores para as cinco vagas. Hoje, por exemplo, é Canindé quem fica de fora por conta do terceiro cartão amarelo.

Uma eventualidade pode fazer com que ele recorra a outro atacante – como ocorreu com Maranhão, frente ao Grêmio -, mas a intenção de Paulo Campos é mexer o mínimo possível na estrutura do time. Assegura que, diante do Galo, não terá três volantes. "O Messias é meia e vai atuar mais pelo lado esquerdo. É claro que com ele ganhamos em combatividade no setor", explicou. A opção pelo sistema de jogo está intimamente ligada à condição do grupo.

Hoje, Messias pode ser uma "válvula de escape" para o time. Sua boa finalização de média e longa distância é uma opção para furar eventual retranca adversária. "Dei sorte contra o Atlético Paranaense. Tenho essa virtude e espero aproveitá-la", comentou Messias. O meio-de-campo mais combativo também deve permitir os avanços freqüentes de Etto e Vicente, alas que têm bom potencial de apoio. "Para vencer é preciso atacar. Com cautela, é lógico, mas com ambição", finalizou Etto.

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