Paraná Clube mantém a concentração

Falta pouco. O Paraná Clube não teve tempo sequer para “curtir” a vitória sobre o Botafogo, que levou o time à 18.ª colocação do Brasileirão-2002. Apesar da situação aparentemente “confortável”, jogadores e integrantes da comissão técnica se mantêm mobilizados, já pensando no clássico de amanhã. O resultado de quinta-feira deu novo impulso à equipe, mas não foi suficiente para afastar o risco de rebaixamento. Porém, se há algumas semanas o Tricolor era apontado como um dos “favoritos à degola”, hoje passou o bastão para Botafogo, Gama, Bahia, Flamengo, Palmeiras, Inter, Paysandu e até Figueirense.

Pelas projeções, o Paraná tem somente 13% de chances de cair para a segundona. “Isso aumenta o nosso ânimo. Mas, só vamos nos acalmar quando não houver mais nenhuma chance matemática de rebaixamento”, confirmou o técnico Caio Júnior. Ele já está com o pensamento voltado para o próximo adversário, o Coritiba. Sob seu comando, o Tricolor computou quatro vitórias – sobre Vitória, Gama, Juventude e Botafogo. A comissão técnica, no entanto, ainda não encontrou antídoto para os maus resultados fora de casa. Foram três derrotas, que se somaram às outras sete que o clube já sofrera sob o comando de Otacílio Gonçalves.

Na teoria o jogo de amanhã é “fora”, mas Caio Júnior considera o Couto Pereira “um campo neutro”. Apesar da postura dos dirigentes coxas, que reservaram apenas dois mil ingressos para o torcedor paranista. A atitude foi considerada desperdício de dinheiro pelos tricolores, pois o setor destinado à torcida visitante tem capacidade para cinco mil lugares. “Haverá muitos paranistas comprando ingressos destinados à torcida do Coritiba. Uma carga maior evitaria este tipo de confusão”, comentou o vice-presidente de futebol Altair Barranco.

Após superar o período de turbulência e administrar a crise técnica que levou o Tricolor à lanterna no Nacional, Caio Júnior terá – pela primeira vez desde que assumiu o time – força máxima. Todos os jogadores do grupo estão à disposição e a definição da equipe ocorrerá, possivelmente, apenas momentos antes do início do jogo.

E o Pinheirão agora virou amuleto

O Paraná Clube retorna ao Couto Pereira, agora na condição de visitante. O estádio foi sede dos seis primeiros jogos do Paraná Clube neste Brasileirão. Na época, o Pinheirão estava interditado e o clube foi obrigado a encontrar outra alternativa. O Alto da Glória foi a saída mais viável – pois o aluguel de campo acabou “embutido” na transação de Lúcio Flávio – e o Tricolor começou bem sua campanha, derrotando o São Caetano. Foi também no Couto Pereira que o Paraná obteve as vitórias mais expressivas: 5×1 no Palmeiras e 3×0 no Flamengo.

No entanto, o aproveitamento da equipe no Pinheirão é muito mais significativo. Jogando no estádio do rival, o Paraná obteve rendimento de 55,6%. Em sua “nova casa”, somou 86,7% dos pontos possíveis. Resumindo: mesmo com o frágil desempenho fora de casa, caso tivesse feito no Alto da Glória o mesmo percentual que atingiu no Pinheirão, já estaria matematicamente livre do rebaixamento, com cinco pontos a mais. “Nos últimos jogos, sentimos bem de perto o calor de nossa torcida, que nos apoiou do início ao fim. É isso que esperamos nesse domingo”, comentou o artilheiro Márcio.

Ele ficou emocionado com o “parabéns prá você” que a torcida entoou nos minutos finais da vitória sobre o Botafogo. Márcio completara na véspera, 22 anos. Com o gol que definiu a vitória, ele igualou-se a Maurílio, com 12 gols. A dupla comanda o ataque do Tricolor, que já balançou as redes 34 vezes e é o mais eficaz entre todos os times que lutam contra o rebaixamento. É superior, inclusive, ao ataque do Juventude (que está entre os oito primeiros) e o do Coritiba, seu adversário de amanhã, que só fez 31. Márcio e Maurílio são também os principais artilheiros do futebol paranaense neste Nacional e já superaram Kléber (11 gols).

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