Paraná Clube fraquejou na hora da decisão

Numa temporada marcada por uma sucessão de trapalhadas, o time do Paraná Clube se mostra, em campo, um retrato fiel de tudo o que aconteceu nos bastidores do clube. De negociatas com empresários a tiros no escuro na contratação de treinadores (e jogadores), o Tricolor amarga a dura realidade do iminente rebaixamento. A sua diretoria já jogou a toalha e tenta iniciar o planejamento para 2008. Ainda de forma tímida, sem a noção exata da queda do seu orçamento, que será imensa.

Nessa temporada, o Paraná trabalhou – em média – com uma cota mensal de R$ 400 mil. Numa eventual Segundona, essa seria praticamente a cota anual, segundo estimativas. Nessa ciranda, o que se pode esperar é o corte abrupto na folha salarial do elenco profissional, que não mais comportará atletas com altos vencimentos. Um passo atrás em relação ao crescimento que o Tricolor vinha mantendo ao longo das últimas temporadas. Do 10.º lugar de 2003 ao 5.º do ano passado, o Paraná só levou susto em 2004.

Porém, montando e desmontando times sem conseguir manter uma base, o Tricolor paga o preço por apostas equivocadas. Muitas das contratações deste ano não vingaram e o que se viu no último domingo foi apenas a confirmação daquilo que se desenhou ao longo de todo o Brasileiro: um time sem personalidade, sem uma identidade. Ao longo de 2007, mesmo com o apoio de sua torcida, o Paraná não conseguiu sequer fazer a lição de casa. Os piores tropeços aconteceram em pleno Estádio Durival Britto.

Na Libertadores, as derrotas para Flamengo – na primeira fase – e para o Libertad (Paraguai) – nas oitavas – abreviaram a campanha do clube na competição continental. Outro duro golpe ocorreu no Paranaense, onde o Tricolor amargou um 0x0 com o frágil Paranavaí e viu o oitavo título estadual de sua história escorrer por entre os dedos. O Brasileiro acabou sendo uma extensão disso tudo. Mesmo com a chegada de novos reforços, o time continuou sua sina: foram nada menos do que sete derrotas na Vila Capanema, num aproveitamento inferior a 50% nos jogos realizados em casa.

Isso sem contar a ineficácia da equipe para segurar resultados. Neste Brasileiro, o Paraná por quatro vezes viu a alegria da vitória se transformar em agonia. Os jogos mais emblemáticos foram contra o Náutico ? em Recife, o Tricolor chegou a abrir 3×0 e teve que se contentar com um 4×4 – e, agora, diante do Santos. Em dez minutos, o torcedor incrédulo viu uma vitória salvadora (2×0) resultar num quadro praticamente irreversível com os três gols do carrasco Kléber Pereira. Contra Atlético Paranaense e América-RN, o Paraná também deixou escapar pontos decisivos, pela notória fragilidade de um time que levou 1,65 gol/jogo, a terceira pior defesa de todo o campeonato.

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