O Paraná Clube computou ao longo da primeira fase sete vitórias. Mesmo se classificando em primeiro lugar na sua chave, não obteve grandes goleadas.
O resultado mais expressivo foi justamente diante do rival Coritiba (3×0). Números que justificam a distância que separa o Tricolor do seu próximo adversário, o Iraty, quando o assunto é artilharia. Devido aos muitos empates (5), o time de Luiz Carlos Barbieri fez 24 gols, contra 32 do Azulão.
Cuidados com Leandro à parte, os números não preocupam os tricolores.
?Se eles têm o melhor ataque, chegamos à esta fase com a defesa menos vazada?, lembrou o zagueiro Émerson. Com apenas 13 gols sofridos, o Paraná ostenta um saldo positivo de 11 gols, contra 7 do Iraty. ?Jogamos com equilíbrio. E isso é fundamental em uma competição como essa, em jogos eliminatórios?, frisou Émerson. O ?maestro? da zaga paranista prevê dificuldades, mas confia no pragmatismo do time paranista.
?Encontramos o ponto ideal. Principalmente depois que o Barbieri conseguiu encontrar um time-base. Ficou mais fácil jogar a partir da definição dos onze titulares?, lembrou o experiente zagueiro. Para Émerson, independente da ?nova? competição, agora com jogos em sistema mata-mata, o Paraná não deve mudar seu estilo de jogo. ?O time está coeso e isso facilita também para aqueles que entram no decorrer das partidas. O grupo está forte?, comentou.
Para o primeiro jogo, domingo, em Irati, o Paraná não deve apresentar surpresas na sua escalação. Mas Barbieri quer um time mais veloz nos contragolpes. Pelo menos foi o que deu a entender no treino de ontem, onde trabalhou saídas pelos flancos, com a participação efetiva de meias e alas. Pela esquerda, a novidade deve ser a volta de Edinho, recuperado da lesão muscular que o tirou dos quatro últimos jogos do Tricolor. No coletivo desta tarde, Barbieri deve confirmar a seguinte formação para encarar o Iraty: Flávio; Gustavo, Émerson e Neguete; Goiano, Rafael Muçamba, Beto, Maicosuel, Marcelinho e Edinho; Leonardo.
Barbieri tem o grupo ?fechado?
Com aproveitamento de 61,9%, o Paraná Clube chega às quartas-de-final embalado por uma seqüência de quatro vitórias. O trajeto, porém, foi cheio de obstáculos, marcado por alguns empates em casa, que custaram vaias – e cobranças – para Luiz Carlos Barbieri. O treinador, mesmo descontente com as críticas, conseguiu ?fechar? o grupo e arrancou para a classificação com uma goleada sobre o rival Coritiba. Numa campanha, até aqui, marcada pela quebra de vários tabus, o treinador garante que seu time pode ir além.
Paraná-Online: Foram 14 jogos, com oscilações e uma arrancada marcante nas quatro rodadas finais. Qual a sua avaliação do desempenho do Paraná na primeira fase?
Barbieri: Um desempenho positivo. Ainda mais se levarmos em conta as dificuldades do clube em anos anteriores. Se não é ótimo, o saldo é muito bom em relação ao que projetamos. Mas não ganhamos nada. É preciso seguir nesse embalo, com a equipe consciente de onde pode chegar. Alcançamos apenas uma parte da meta traçada no início do ano. Agora vamos em busca do objetivo principal.
Paraná-Online: E a nova etapa? Alguma surpresa entre os oito classificados?
Barbieri: As oito equipes mais eficientes garantiram vaga. Agora, é um novo campeonato, que encaramos como uma Copa do Mundo. São seis jogos em mata-mata. É preciso jogar com inteligência, de olho no regulamento. Não há chance de recuperação. Por isso, o que vale é passar de fase e os meus jogadores estão bem focados nisso.
Paraná-Online: Isso pode provocar alguma alteração na forma de o time atuar?
Barbieri: Pode ser. Temos informações em relação ao Iraty, mas não fizemos um acompanhamento profundo, pois estávamos em outra chave e com jogos quase simultâneos. Mas, meu time será montado para buscar o resultado, com todo o respeito ao adversário, mas apostando no crescimento do Paraná Clube nas últimas partidas da fase que se encerrou.
Paraná-Online: A preocupação é com a eficiência ofensiva do Iraty?
Barbieri: Uma equipe que faz tantos gols e que tem um artilheiro disparado merece cuidados. Mas vejo o Iraty como um todo. Um atacante não faz 18 gols sem a participação dos companheiros. Buscamos todas as informações sobre o adversário e em cima disso vou armar o Paraná para buscar o resultado, neutralizar o Iraty e jogar.
Paraná-Online: O 3-6-1, que na sua concepção transforma-se num 3-4-3 quando em posse de bola, é a formação definitiva para estas decisões?
Barbieri: Em princípio sim. Mas, cada partida tem sua história e os adversários jogam também de maneiras distintas. O importante é que tenho opções para mudanças táticas com muito equilíbrio. Para ser sincero, vejo o meu time, muitas vezes, num 3-3-4, pois o Beto é um jogador que sempre chega à frente e o próprio Muçamba evoluiu muito neste fundamento e tem finalizado bem. Em todos os jogos, criamos no mínimo cinco ou seis chances reais de gol. E é isso que eu quero, um time ofensivo em busca da classificação.
Paraná-Online: Só ter clássicos numa eventual final é uma vantagem para o Paraná?
Barbieri: É muito relativo. Se hoje fôssemos enfrentar o Atlético, estaríamos preparados. Deve haver respeito ao adversário. Os times do interior se prepararam muito para a competição e este é um campeonato muito difícil. É um dos estaduais mais difíceis dos que eu participei e dos que eu conheço. Por isso, é preciso cuidado a cada jogo. Trabalhando com seriedade e com atenção, vamos em busca do nosso objetivo maior.