Paraná Clube enfrenta o Vitória pela Copa do Brasil

O Paraná Clube tem a chance de dar hoje – às 20h30, no Barradão – o primeiro passo para o resgate de sua imagem no cenário nacional. Tentando se recuperar do traumático rebaixamento para a Série B, o Tricolor está a um empate da classificação às oitavas-de-final da Copa do Brasil. E o duelo é com um dos novos integrantes da primeira divisão. O Vitória é, também, um antigo rival, de batalhas travadas nos anos 90s, quando os clubes tinham o rótulo de emergentes.

Hoje, o representante paranaense tenta recuperar o terreno perdido após o pífio desempenho no Brasileirão do ano passado, enquanto o rubro-negro baiano – que até a Série C disputou – quer mostrar que chegou à elite para ficar. Por isso, a Copa do Brasil também serve como laboratório, onde é possível medir a real capacidade dos times, independente da divisão a que pertençam. No primeiro confronto, há duas semanas, em Curitiba, o Paraná mostrou superioridade. Fez 1×0 – num gol de Joelson, aos 21 minutos do 2.º tempo – e teve um gol legítimo anulado pela arbitragem.

O resultado dá ao Tricolor a vantagem do empate, sendo que até mesmo uma derrota, por diferença mínima, serve. Se o Vitória vencer pelo mesmo placar, a decisão será por pênaltis. Mas, marcando um golzinho, o time de Bonamigo obriga o rival a fazer três. ?Nessa competição, o gol fora conta muito. Por isso, fizemos uma partida de segurança em casa. Agora, é tentar marcar um gol, que isso praticamente nos garante na próxima fase?, comentou o treinador paranista.

O retrospecto comprova a segurança defensiva do Tricolor, desde a chegada de Bonamigo e companhia. Em 15 jogos, foram apenas três derrotas, sendo que somente em duas delas – curiosamente, contra o Engenheiro Beltrão (3×1 e 2×0) – o time foi superado por dois gols de diferença. ?Vamos jogar com segurança, mas não na retranca?, avisou o técnico paranista. Quem levar a melhor no jogo desta noite, em Salvador, enfrenta, na próxima fase, o Internacional de Porto Alegre, um dos grandes favoritos ao título da Copa do Brasil.

Rivalidade

O primeiro confronto entre Paraná e Vitória já valia um título. Os clubes disputaram em julho de 1992 a final da Divisão de Acesso, a Segundona. E o Tricolor venceu os dois jogos: 2×1, em Curitiba, e 1×0, em Salvador. O gol de Saulo calou 70 mil baianos, que lotaram a Fonte Nova. No ano seguinte, já como integrantes da elite nacional, Vitória e Paraná voltaram a se encontrar, na disputa de uma vaga para a fase decisiva do torneio. Após dois empates, o rubro-negro baiano levou a melhor e ficaria com o vice-campeonato, derrotado na final pelo Palmeiras.

O mata-mata mais recente entre os clubes ocorreu em 1996, na Copa do Brasil.

O Paraná empatou fora, sem gols, e com a vitória simples (1×0), em casa, seguiu na competição. No geral, a vantagem também é do azul, vermelho e branco, que soma 9 vitórias, contra 5 dos baianos. Ocorreram, até hoje, apenas 4 empates.

COPA DO BRASIL

2ª fase – Jogo de volta

VITÓRIA x PARANÁ CLUBE

VITÓRIA

Ney, Carlos Alberto, Marcelo Batatais, Anderson Martins e Gustavo; Vanderson, Bida, Ramón e Jackson; Michel e Marquinhos.

Técnico: Vágner Mancini

PARANÁ

Fabiano Heves, Daniel Marques, João Paulo e Luís Henrique; Goiano, Léo, Jumar, Cristian e Daniel Cruz (Giuliano); Éverton e Fábio Luís.

Técnico: Paulo Bonamigo

Súmula

Local: Barradão (Salvador-BA)

Horário: 20h30

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)

Auxiliares: Jossemmar José Diniz Moutinho e Luciano José Coelho Cruz (PE)

Luís Henrique e Cristian voltam contra o Vitória

O técnico Paulo Bonamigo não antecipou oficialmente a equipe que inicia o jogo. Luís Henrique e Cristian, que não disputaram a última partida do Estadual, voltam à equipe. Sem Joelson e André Luiz, lesionados, o técnico mantém Fábio Luís no comando do ataque e improvisa Goiano na ala direita. Já na esquerda, deixou no ar duas opções.

Após improvisar Éverton no setor numa seqüência de quatro jogos, Bonamigo voltou a usar Daniel Cruz, contra o Iraty. O ala foi bem e deve ser mantido. Nesse caso, o treinador terá que escolher dois, entre os três meias à sua disposição. E a característica do jogo, pode fazer com que Cristian e Éverton sejam escalados, com Giuliano ficando no banco de reservas.

A rigor, Bonamigo mantém o 3-6-1, esquema utilizado com maior freqüência e com resultados positivos. Foi com essa postura que o treinador resgatou a confiança do grupo e encaminhou o Paraná à classificação no Paranaense e na Copa do Brasil. ?É um jogo em que o equilíbrio tático e emocional faz a diferença. Temos que jogar bem postados, tirando vantagem de alguns pontos falhos do adversário?, comentou Bonamigo.

A delegação tricolor chegou a Salvador no início da tarde e fez o último treinamento – apenas um ?rachão? – no Fazendão, centro de treinamentos do Bahia. ?O Bonamigo ainda não nos passou a estratégia que vai utilizar. Mas creio que não vamos só nos defender. Temos um time leve e rápido?, comentou o meia Cristian. ?Só precisamos caprichar mais nas finalizações?, admitiu.

O meia lembra que no jogo contra o Vitória, na Vila Capanema, o Paraná teve um grande volume, mas foi marcar seu gol só no segundo tempo, numa bola que rebateu na trave. ?Acho que nós, ali da frente, temos que ter um pouco mais de tranqüilidade, de frieza, na hora de dar o toque final. Corrigindo esse detalhe, acredito que vamos atingir nossas metas?, encerrou Cristian.

André Luiz só joga na final

O prazo de recuperação do ala André Luiz gira em torno de três semanas. Os exames mostraram que não houve fratura, mas uma lesão no ligamento do tornozelo direito. Uma contusão no mesmo tornozelo tirou o lateral de quase toda a temporada 2007.

Para o médico Milton Nagai, a possibilidade de qualquer intervenção cirúrgica está, no momento, afastada. ?Vamos ver a evolução do tratamento. Os exames serão repetidos se necessários mais à frente?, comentou o médico tricolor.Se o diagnóstico se confirmar, André Luiz só teria condições de jogo na eventual presença do clube na decisão do campeonato, programada para os dias 27 de abril e 4 de maio.

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